O PROJETO TRADUTÓRIO EXOTIZANTE DE JOSÉ DE ALENCAR EM IRACEMA

Eduardo Luis Araujo de Oliveira Batista

Resumo


Um dos romances brasileiros mais traduzidos, tendo sido o primeiro a ser publicado em língua inglesa, Iracema (1865), de José de Alencar, guarda em sua própria poética uma proposta tradutória, que pretendemos expor e discutir neste artigo. Em sua proposição de uma obra literária indianista que criasse uma linguagem nacional pela mescla do tupi com o português, Alencar introduziu vocábulos, expressões e metáforas indígenas no texto em português por meio de uma série de procedimentos que encenam uma prática tradutória. Por meio do levantamento desses procedimentos tradutórios, assim como pela leitura dos paratextos da obra, onde o autor apresenta a concepção e o projeto do romance, identificamos a proposta tradutória embutida em Iracema como portadora de uma estratégia de exotização da língua (e, por extensão, da literatura e cultura brasileiras), na qual a língua receptora (o português) se deixa contaminar pela estrutura e vocabulário da língua de origem (o tupi).


Palavras-chave


Exotização; Indianismo; Iracema; José de Alencar; Tradução Literária.

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DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v25i1.22065

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