Alinhando à tese de Charles Goodwin: “o afásico é um falante competente que não pode falar”

Lívia Miranda de Oliveira, Julia Gonçalves Dias, Ingrid Santos Leite

Resumo


Este estudo objetivou investigar a competência pragmático-interacional de um sujeito afásico, partindo de dados naturais de fala em interação e alinhando-se à tese de Charles Goodwin de que afásicos são falantes competentes que não podem falar. Nele, elegemos olhar para a performance de um sujeito afásico via estratégias discursivas por ele engenhosamente utilizadas para dar conta da comunicação com o outro. Para dar suporte às nossas escolhas teóricas e metodológicas, recorremos aos fundamentos do campo da Linguística Sociointeracional, área que se caracteriza por articular diferentes tradições de pesquisa, como a AC, a Linguística, a Antropologia (etnografia), a Sociologia, a Filosofia (Pragmática) (cf. Gumperz 1982). Seguindo esse caminho, foi possível observar que o sujeito afásico se engajou proativamente na interação, empenhando-se muito (e colaborativamente) para que os seus interlocutores o compreendessem, e, assim, de um modo extremamente habilidoso, mostrou sua grande competência pragmático-interacional em performances de um falante competente.

Palavras-chave


Linguagem; Interação; Afasia.

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DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v22i1.16162

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Qualis: A1 (Letras, 2016)

ISSN (digital): 1983-2400

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