Escrituras de gênero e políticas de différance: Imundície verbal e letramentos de intervenção no cotidiano escolar

Rodrigo Borba, Adriana Carvalho Lopes

Resumo


Em 2015, rumores de que o Colégio Pedro II havia instituído o uso do X como forma de apagar a diferença de gênero (gramatical e social) motivaram guerrilhas linguísticas (Cameron, 2012) entre especialistas e usuárixs comuns da linguagem. No mesmo ano, durante a semana de integração LGBT da UFRRJ, cartazes com desestabilizações linguísticas semelhantes, afixados nas portas dos banheiros do campus, causaram revolta entre discentes, docentes e funcionárixs. Nesse contexto, em diálogo com Derrida, aqui investigamos os discursos que o apagamento do gênero (gramatical) provocou na mídia e em instituições de ensino com o intuito de analisar a relação entre língua, sociedade, cidadania e letramentos. As análises partem do pressuposto de que a língua (e, sobretudo, aquilo que fazemos com ela e dizemos sobre ela) não pode ser vista como questão secundária se quisermos entender momentos históricos de turbulência social e política. Argumentamos que essas intervenções semióticas bagunçam as convenções linguísticas e o cotidiano escolar e, ao desafiar relações de poder, abrem possibilidades de “fazer a diferença”, de repetir a realidade de uma forma distinta, de (re)imaginar futuros e de (re)desenhar territórios de forma que estes não fiquem encerrados em práticas e conceitos fixos, puristas e acabados.


Palavras-chave


gênero; ideologias linguísticas; letramentos; desconstrução; différance

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DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v21i0.15198

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Qualis: A1 (Letras, 2016)

ISSN (digital): 1983-2400

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