Oposições entre segmentos: vogais médias na aquisição e em tipologias de línguas
Resumo
Os estudos sobre a aquisição de diferentes línguas, cujo foco majoritário está no inventário consonantal, são unânimes na constatação da realidade gradativa do processo, definindo-se o ordenamento de sua emergência particularmente nas noções de marcação e de robustez dos traços que constituem a estrutura interna dos segmentos (CLEMENTS, 2009; LAZZAROTTO-VOLCÃO, 2009). O presente trabalho vem aliar-se aos ainda restritos estudos sobre a aquisição de sistemas vocálicos, chamando a noção de marcação e introduzindo o uso da ideia de robustez, proposta por Clements para dar conta dos contrastes nos sistemas consonantais, para o âmbito dos inventários vocálicos. Constatando a emergência tardia das vogais médias em crianças falantes nativas do português brasileiro (PB) (RANGEL, 2002; MATZENAUER & MIRANDA, 2007; VOGELEY, 2011), este trabalho discute o comportamento dos traços que compõem sua estrutura e que opõem essas vogais no sistema, estabelecendo uma escala de robustez de contrastes. A robustez dos traços que implicam oposição entre as vogais médias entre si e com os outros segmentos vocálicos que integram os sistemas é discutida não apenas com o suporte de dados da aquisição da fonologia por crianças falantes de PB, mas também com a observação de inventários de vogais em diferentes tipologias de línguas. A análise das oposições que envolvem as vogais médias em sistemas linguísticos leva em consideração as lacunas que tais sistemas apresentam. O tratamento dado aos traços, no presente estudo, tem o fundamento teórico em Clements (2009), em Dresher (2009) e em Calabrese (2005).
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.15210/rle.v21i1.15155
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Qualis: A1 (Letras, 2016)
ISSN (digital): 1983-2400
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