A divisão social do trabalho de leitura em dicionários escolares de Língua Portuguesa

Verli Petri, Maria Claudia Teixeira, Marilda Lachoski, Maria Cleci Venturini

Resumo


Este artigo considera que os dicionários escolares (avaliados, selecionados e distribuídos pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático - PNLD) funcionam como parte do saber/fazer a língua, produzindo a divisão social do trabalho de leitura (PÊCHEUX, [1982] 1990), bem como dão a conhecer uma “parcela de língua” (PETRI; MEDEIROS, 2013) quando determinam qual parte da língua será acessada pelas crianças em idade escolar e qual parte não estará disponível a elas, haja vista que o PNLD delimita o número de verbetes que compõem o dicionário escolar. Dessa forma, inscritas na perspectiva da Análise de Discurso pecheuxtiana articulada com a História das Ideias Linguísticas, problematizamos o funcionamento ideológico da divisão social do trabalho de leitura em um corpus composto de quatro dicionários escolares de Língua Portuguesa – Dicionário Escolar da Língua Portuguesa (BUENO, 1970); Dicionário Didático de Português (BIDERMAN, 1998); Meu primeiro livro de palavras (BIDERMAN; CARVALHO, 2005); e Meu Primeiro Dicionário Caldas Aulete (GEIGER, 2011) –, dos quais recortamos os verbetes “amizade”, “namoro” e “casamento”. As análises indicam os direcionamentos de sentidos que a presença e a ausência de verbetes no dicionário podem promover no ensino de língua.

Palavras-chave


Dicionário escolar; Língua; Análise de discurso; Divisão social do trabalho de leitura; História das Ideias Linguísticas.

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Referências


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DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v24i3.20059

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