“A Deus sapinho”: quando a homonímia produz desordens e rasuras em um processo de escritura colaborativa

Cristina Felipeto

Resumo


Este artigo tem por objetivo mostrar que a homonímia, fenômeno produtor de equívocos na língua, bascula o sistema e produz desordens que, se reconhecidas pelo escrevente-aprendiz, exigem um retorno sobre o que foi dito ou escrito, levando à produção de rasuras. Assim, os conceitos de acontecimento e desordem, propostos por Pétroff (2004) a partir da leitura dos manuscritos de Saussure, mostram-se teoricamente adequados para a análise de rasuras produzidas pela interferência da homonímia. Analisa-se um excerto de diálogo extraído de um processo de escritura colaborativa e inventiva ocorrida em sala de aula, da qual participam duas alunas do 2º ano de uma escola pública. Esta técnica de redação colaborativa favorece a verbalização de comentários, apreciações, justificativas e, sobretudo, reformulações orais referentes ao texto que está sendo escrito. Além disso, a filmagem e sua posterior transcrição permitem o acesso tanto ao registro escrito quanto ao oral e favorecem uma análise linguística mais precisa, em que o oral e o escrito encontram-se imbricados.

Texto completo:

PDF


DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v16i2.15450

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Qualis: A1 (Letras, 2016)

ISSN (digital): 1983-2400

A Revista Linguagem & Ensino adota a política de acesso aberto conforme a Licença BY-NC-ND 2.5 BR da Creative Commons