Da dor ao amor e no entremeio a cor: das senzalas para as carteiras universitárias

Hilário I Bohn, Sabrina Hax Duro Rosa

Resumo


Falar sobre questões de raça, gênero e classe é (re)construir conceitos eminimizar barreiras que distanciam – ainda! – homens e mulheres,negros e brancos, ricos e pobres. Enquanto gênero, a mulher se vêsubjugada; enquanto raça temos a subjugação dos negros; enquantoclasse, o pobre é marginalizado. Neste trabalho trataremos daquelaque, por seu gênero e por sua cor, encontra-se, frequentemente, numaposição de desrespeito e menosprezo: a mulher negra. Passamos,primeiramente, por um breve histórico desde a colonização brasileirada construção identitária da mulher negra até os dias atuais; emseguida analisaremos dados coletados no IFRS – Câmpus Rio Grandepara averiguarmos se a jovem estudante negra busca, longe da senzalae da cama do senhor, um espaço numa sociedade que ainda a vê comoum objeto sexual.Com o histórico que temos no Brasil, sendo o nossopaís o último da América Latina a abolir a escravidão, é mais quecompreensível que homens negros e mulheres negras tenham suportepara resgatarem sua dignidade e se tornarem mais fortes por meio da educação. Por isso, uma forma de ocupar um espaço que sempreprivilegiou os brancos é ingressando na Universidade ou InstitutoFederal e a Lei de Cotas surgiu com esse intuito, o de minimizar asdiferenças. Neste estudo de caso verificamos, por meio de umquestionário, a posição das 10 estudantes negras ingressantes no IFRSCâmpus Rio Grande em 2016: se cotistas ou não e se a favor ou não dasCotas Raciais. A partir de uma análise das suas respostas pudemosperceber que a estudante negra e, principalmente, a de baixa renda,ainda não encontra forças suficientes para buscar seu empoderamentoem um espaço que é seu por direito, o qual poderá possibilitarsua saídade um contexto discriminatório por ser quem ela é.

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DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v21i0.15118

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Qualis: A1 (Letras, 2016)

ISSN (digital): 1983-2400

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