IMAGINÁRIO, COTIDIANO E EDUCAÇÃO: POR UMA ÉTICA DO INSTANTE.

Valeska Fortes de Oliveira

Resumo


Uma razão imaginante é acionada no desejo de contribuir com o debate que traz o cotidiano para um exercício hermenêutico. Meu exercício se valerá de dois focos impotantes no campo do imaginário: uma ética do instante, na esteira da sociologia do presente, em que o cotidiano toma outra visibilidade; e algumas provocações aos cotidianos educacionais. Retomo estes focos inspirada no capítulo intitulado por Michel Maffesoli (1995) de “Estilo e Quotidiano”, na sua obra “A Contemplação do Mundo”, e na questão da experiência, proposta na obra “Um elogio à razão sensível” (1998). A possibilidade de pensar a vida como obra de arte e o instante como não determinação, para além da conotação de hábito, também encontrada na definição de cotidiano, coloca-nos diante de uma apreensão do mundo que é intencional, constituída de interesses, de desejos, de sonhos. Trata-se de uma razão imaginante que transita e experimenta a dimensão simbólica dando ao cotidiano outra configuração, a da vida que pode ser inventada. A educação escolar tem, dessa forma, um trabalho a construir – dedicar atenção aos discursos, às práticas, às vozes e aos movimentos das culturas infantis, das culturas juvenis, participando, assim, da produção de outras narrativas e de outros processos que vislumbram sujeitos criativos e singularmente capazes de tomar decisões que digam sim à vida em suas múltiplas possibilidades.

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