“Se eu fosse fazer transição, eu era jogada na rua”: vida precária, universo trans e educação

Fernando Guimarães Oliveira da Silva, Eliane Rose Maio

Resumo


Enaltecer vidas diferentes leva-nos a produzir estratégias para reconhecê-las possíveis. Partir do reconhecimento precário de uma vida requer problematizar discussões que a enquadram em uma moldura sem inteligibilidade. Logo, sob o enfoque da pesquisa pós-crítica em educação, com a utilização da arqueologia foucaultiana, acessamos, neste artigo, narrativas de memórias discursivas da época de transição de gênero na escola, na família e na comunidade, de uma das participantes da pesquisa realizada durante o Curso de Doutorado em Educação, Luna. O método utilizado para a coleta de dados, com o objetivo de encontrar memórias de cartografia de vidas que se chocaram com as regras, desenharam contornos subversivos e, ainda assim, permaneceram em ambiente escolar, foi a entrevista narrativa. Por meio dessa ferramenta, foi possível acompanhar e analisar a construção subjetiva de gênero feminino de Luna, que, durante esse processo, previu projetos de vida possíveis nos quais a educação representou uma forma de resistência e ruptura com a precariedade da vida que atinge pessoas trans.


Palavras-chave


vida precária; universo trans; educação

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