Pesquisa e pós-graduação: o sentido político e pedagógico da formação
Resumo
O texto aborda a pesquisa como processo de formação, recuperando seu caráter pedagógico de estímulo ao pensamento dos sujeitos. Defende a pesquisa como diálogo que procura a construção de uma atitude comunicacional, construindo comunidades discursivas. Discute a idéia de formação, afirmando que não há neutralidade nessa ação. Dessa forma, a formação assume um caráter valorativo, nem sempre distante da perspectiva normativa e prescritiva. Com base em estudos de Correia (1998), Gauthier (1999) e Estevão (2001), assume que a pesquisa como instrumento de formação pode qualificar os processos formativos na dimensão emancipatória. Nessa direção, o texto examina as tendências presentes no cotidiano dos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil chamando a atenção para a ênfase nos estudos qualitativos e, também, para a incidência de estudos que tomam as práticas dos próprios sujeitos como objeto. Analisa, igualmente, os impasses vividos no campo da formação e da pesquisa, dando destaque à importância de uma reflexão sistematizada sobre o campo epistemológico da educação. Toma as categorias de Larrosa (1990) quando afirma ser necessário discutir essa dimensão através de seus efeitos científico, interdisciplinar e prático. Finalmente, aborda o desafio da organização das Linhas de Pesquisa no contexto dos Programas e a finalidade dessa construção no âmbito da Pós-Graduação. Pergunta pelo sentido da pesquisa, provocando um diálogo com o leitor.