O inverno das relações escolares, aprendendo sobre o seu cotidiano

Georgina Helena Lima Nunes

Resumo


Este artigo é fruto da articulação entre a minha experiência como professora de Educação Física de uma escola da rede pública da cidade de Pelotas-RS, e as reflexões advindas das diversas leituras da disciplina Trabalho, Educação e Movimentos Sociais, realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nesse texto são evidenciados alguns momentos do cotidiano escolar em que a reflexão se encaminha para o exercício de disciplinar o olhar, a fim de que seja possível captar a profundidade e a possibilidade das ações que ali ocorrem. Através da experiência de observar as relações sociais estabelecidas em dois espaços, arquibancada e praça, é criada uma analogia entre o teor das mesmas e a estação do ano em que as cenas acontecem, o inverno. Nesse sentido, acredita-se que, se preferirmos olhar, que ousemos olhar com os olhos da prática, com os olhos da teoria, com olhos que não coisifiquem nem as pessoas nem as relações, mas que transformem “o inverno das relações escolares” em um sentido mais tênue da palavra inverno: na possibilidade mais calorosa, da proximidade, em uma outra dimensão metafórica ou dialética que dessa palavra possa emergir.

Palavras-chave: educação; cotidiano; relação social 


Abstract

This article is the result of the articulation between my experience as a public school teacher and the many readings performed during the seminar Work, Education and Social Movements, at Universidade Federal do Rio Grande do Sul. This text indicates some moments of the school everyday life when the reflection heads toward a discipline of the eyesight; the aim is at picking up its depth and the possibilities of action that arise in that environment. Through the experience of observing the social relationships established at two sites – the bleachers and the square – an analogy is created between their meaning and the season when things happen: the winter. In this way, it is believed that “if we prefer to look , that we dare looking with the eyes of pratice, with the eyes of theory, especially with eyes that do not turn either people or relationships into things, but that transform “the winter of the school relationships into more tenuous senses of this word, such as the possibility of proximity or of a warmer closeness.

Key-words: education; everyday life; social relationship