ESTRESSE OXIDATIVO NA GESTAÇÃO: QUAL A PERCEPÇÃO NA ESPÉCIE EQUINA? - REVISÃO

Luciana Araujo Lins, Fernanda Pazinato, Bruna da Rosa Curcio, Carlos Eduardo Wayne Nogueira

Resumo


Esta revisão buscou evidências da manifestação de estresse oxidativo na gestação de equinos e consequências no período neonatal. Alterações na perfusão placentária na égua podem ocorrer em estágios tardios de desenvolvimento fetal, resultando em potros com baixo peso ao nascimento ou graus variáveis de imaturidade. Em humanos, o estresse oxidativo está envolvido em situações de hipóxia nas gestações de risco, como pré-eclâmpsia, hipertensão induzida pela gestação ou diabetes mellitus. O aporte de oxigênio durante a gestação é bastante elevado, podendo cursar com a produção de espécies reativas de oxigênio, além de falha dos mecanismos de proteção antioxidante, o que causa o dano oxidativo. Existem muitas descrições sobre o papel do estresse oxidativo na gestação em humanos e sua relação direta com alterações fetais e neonatais, sendo que no equino este processo ainda não está estabelecido. Éguas gestantes com laminite crônica apresentam síndrome hipertensiva, causando a produção de placentas mais leves e redução da luz vascular, semelhante aos achados observados na placenta de mulheres com hipertensão. Os radicais livres têm sido relacionados com a patogenia da sepse neonatal, baixo peso ao nascer e encefalopatia neonatal em humanos. Estudos em potros demonstraram redução dos mecanismos antioxidantes nos neonatos severamente acometidos clinicamente, mas não revelaram indícios de dano oxidativo instalado. Esta revisão evidenciou que a égua pode apresentar achados de insuficiência placentária tardios, semelhante aos encontrados em mulheres com pré-eclâmpsia, sendo que essas alterações podem estar relacionadas a manifestações de estresse oxidativo durante a gestação.


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DOI: https://doi.org/10.15210/sah.v5i2.9777