ESTUDO DA PRESENÇA DO ALELO MUTANTE MDR1 NA RAÇA OVELHEIRO GAÚCHO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MEDICINA VETERINÁRIA E CRIAÇÃO DE CÃES DE RAÇA PURA
Resumo
De acordo com a Associação dos Criadores de Ovelheiro Gaúcho (ACOG), esta raça canina tem como seus ascendentes históricos os cães da raça Cão da Serra da Estrela, vindos de Portugal, e os Scotch Collie, vindos da Inglaterra e Escócia. Sendo o Ovelheiro Gaúcho uma raça bastante comum no Rio Grande do Sul (Brasil) e no Uruguai, e com a cinofilia cada dia mais presente no meio acadêmico, devemos conhecer as características clínicas e genéticas que a raça pode ter herdado na sua formação. Uma das mais conhecidas é a sensibilidade específica a determinadas drogas, sabidamente presente em algumas raças que compartilham a mesma ancestralidade, como os Collies, associada ao gene mutante de resistência a múltiplas drogas conhecido como MDR1, cuja mutação causa aumento na suscetibilidade aos efeitos neurotóxicos de determinadas drogas. Assim, o objetivo do presente trabalho foi determinar a presença do gene mutante MDR1 na raça Ovelheiro Gaúcho. Para tanto, foram encaminhadas amostras sanguíneas de 25 cães, devidamente registrados pela ACOG, ao Laboratório de Diagnóstico Molecular, UNESP, Botucatu, a fim de realizar a genotipagem por meio de reação em cadeia da polimerase (PCR). No presente estudo, obteve-se uma frequência alélica de 26% na amostra (95% IC = 12,9% - 45,6%). Os resultados, inéditos, são importantes para a afirmação da presença do alelo mutante na raça e, com isso, auxiliar o Médico Veterinário em sua conduta terapêutica, reduzindo os riscos de intoxicação do paciente. Como essa frequência ainda é baixa, e não foram encontrados animais homozigotos mutantes, é possível selecionar reprodutores sem a presença desse mutante para eliminar esse alelo da população e contribuir para o desenvolvimento da raça.
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.15210/sah.v8i2.17549