ESTUDO DA PRESENÇA DO ALELO MUTANTE MDR1 NA RAÇA OVELHEIRO GAÚCHO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MEDICINA VETERINÁRIA E CRIAÇÃO DE CÃES DE RAÇA PURA

Felipe Rosa Cunha, Élen Nunes Garcia, Éverton Fagonde Silva, Jéssica Hellen Bastos Lavadouro, João Pessoa Araújo Júnior, Cristiano Silva da Rosa

Resumo


De acordo com a Associação dos Criadores de Ovelheiro Gaúcho (ACOG), esta raça canina tem como seus ascendentes históricos os cães da raça Cão da Serra da Estrela, vindos de Portugal, e os Scotch Collie, vindos da Inglaterra e Escócia. Sendo o Ovelheiro Gaúcho uma raça bastante comum no Rio Grande do Sul (Brasil) e no Uruguai, e com a cinofilia cada dia mais presente no meio acadêmico, devemos conhecer as características clínicas e genéticas que a raça pode ter herdado na sua formação. Uma das mais conhecidas é a sensibilidade específica a determinadas drogas, sabidamente presente em algumas raças que compartilham a mesma ancestralidade, como os Collies, associada ao gene mutante de resistência a múltiplas drogas conhecido como MDR1, cuja mutação causa aumento na suscetibilidade aos efeitos neurotóxicos de determinadas drogas. Assim, o objetivo do presente trabalho foi determinar a presença do gene mutante MDR1 na raça Ovelheiro Gaúcho. Para tanto, foram encaminhadas amostras sanguíneas de 25 cães, devidamente registrados pela ACOG, ao Laboratório de Diagnóstico Molecular, UNESP, Botucatu, a fim de realizar a genotipagem por meio de reação em cadeia da polimerase (PCR). No presente estudo, obteve-se uma frequência alélica de 26% na amostra (95% IC = 12,9% - 45,6%). Os resultados, inéditos, são importantes para a afirmação da presença do alelo mutante na raça e, com isso, auxiliar o Médico Veterinário em sua conduta terapêutica, reduzindo os riscos de intoxicação do paciente. Como essa frequência ainda é baixa, e não foram encontrados animais homozigotos mutantes, é possível selecionar reprodutores sem a presença desse mutante para eliminar esse alelo da população e contribuir para o desenvolvimento da raça.


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DOI: https://doi.org/10.15210/sah.v8i2.17549