OCORRÊNCIA DE OTITE CANINA POR Pseudomonas spp. E SENSIBILIDADE DOS ISOLADOS REGISTRADOS NO LABORATÓRIO REGIONAL DE DIAGNÓSTICO NO PERÍODO DE DEZ ANOS

Karina Affeldt Guterres, Helena Piúma Gonçalves, Marlete Brum Cleff, Cristine Cioato da Silva, Caroline Bohnen de Matos, Soliane Carra Perera, Claudia Giordani, Silvia Leal Ladeira

Resumo


A otite canina destaca-se na clínica veterinária, sendo que dentre os bacilos Gram-negativos, o gênero Pseudomonas apresenta-se como fator complicador no tratamento, caracterizando-se como um grande desafio para os clínicos, em virtude do perfil de multirresistência. Devido à importância clínica, verificaram-se os registros de casos de otite em cães causados pela bactéria, no período de 2009 a 2019, no Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas e o perfil de resistência dos isolados bacterianos. Assim, realizou-se o levantamento da casuística de otites registradas no LRD, sendo incluídas amostras de cães com queixa ou sinais clínicos de otite e selecionadas aquelas com isolamento de Pseudomonas spp. Como resultados, Pseudomonas spp. esteve presente em 11,7% dos casos, o que está de acordo com dados da literatura que cita uma frequência de 3,4 a 31,6%. A resistência de Pseudomonas spp. aos fármacos beta-lactâmicos foi expressiva, com 87% de resistência à amoxicilina com clavulanato, cefalotina, cefalexina e oxacilina, seguido de 84,6% para ampicilina e 15,4% para ceftriaxona. A média de resistência para outros fármacos foi de 73,9% para fluorquinolonas e 52,2% para sulfonamidas e aminoglicosídeos. O estudo destaca a importância da avaliação microbiológica de amostras otológicas, especialmente quando Pseudomonas spp. estiver presente, já que o diagnóstico definitivo é fundamental para a implementação de terapia individualizada para os animais, assim como para o controle da resistência bacteriana.


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DOI: https://doi.org/10.15210/sah.v8i1.17521