A moral beauvoiriana qua método: por um retorno a Simone de Beauvoir
Resumo
Apesar de ser muito estudada, a moral de Simone de Beauvoir tal como ela a propôs, sobretudo, em seu ensaio Por uma moral da ambiguidade [1947], permanece sendo negligenciada. Isso, possivelmente, deve-se ao fato de que a maioria das interpretações de sua moral ou pressupuseram a ontologia sartreana, ou visaram justificar uma moral feminista a posteriori, cuja consequência foi o eclipsamento da própria proposta beauvoiriana: a da moral qua método. Considerando isso, pretendemos mostrar, no decorrer deste artigo, que a sua moral existencialista é uma moral da conversão – que é um método, ao invés de uma teoria – no sentido original proposto pelas escolas antigas, dentre as quais se encontram o epicurismo e o estoicismo. Essa relação com as doutrinas da Antiguidade, ainda que tenha sido ignorada, foi estabelecida pela própria Simone de Beauvoir, de modo que nos limitaremos a desvelar, no sentido mais forte do termo, o que foi velado por interpretações em sentido não-beauvoiriano da moral beauvoiriana.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDireitos autorais 2021 Revista Seara Filosófica
O conteúdo de cada artigo, resenha e/ou tradução é de inteira responsabilidade do seu respectivo autor, ao qual, unicamente, será devida toda e qualquer sanção legal em caso de violação dos direitos humanos e/ou autorais.
REVISTA INDEXADA