Do Estado Ideal à Guerra: Nietzsche e sua Filosofia do Conflito

Israel Hordecte

Resumo


Friedrich Nietzsche realiza, em Humano, demasiado humano (1878), um diagnóstico da tradição socrático-platônico-cristã, interessado em evidenciar a decadência que a metafísica causou em diversas áreas da vida, como moral, religião e arte, por exemplo. Com isso, a presente pesquisa utiliza-se da mesma obra para confrontar os conceitos de Estado Ideal e guerra, nela expostos, a fim de combater os problemas gerados pela metafísica e que estão presentes no cenário político moderno, mais especificamente no sistema socialista. Segundo Nietzsche, o cristianismo nutriu o socialismo ao refletir, na política, a negação da vida e a busca por um humano compassivo, que deseja o bem-estar geral, afastado de conflitos. Através do conceito de Estado Ideal, então, Nietzsche afirma que o socialismo almejou agrilhoar o humano em uma vida massificada, feita para o enfraquecimento. Este trabalho apresenta, portanto, uma possível contraposição nietzschiana mediante a noção de guerra, como proposta de estimular e revigorar o humano debilitado porque rejeitou a vida. Se, para Nietzsche, o conflito é ferramenta de autoafirmação e fortalecimento, agora a guerra é afirmada em oposição ao Estado Ideal, com a intenção de contestar a moral de massificação, defendendo o valor do confrontamento.

Palavras-chave


Cristianismo; Estado Ideal; Guerra; Nietzsche; Socialismo

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