A nova pandemia da COVID-19: as implicações da degradação ambiental, os neoliberalismos e os movimentos de ampliação do capital
Resumo
O artigo problematiza a pandemia da COVID-19, não como um episódio sanitário isolado conforme repetido ad nauseam pelos meios de comunicação de ideário neoliberal. E sim, como parte de um cenário global de novas doenças zoonóticas irrompidas no último meio século. Argumenta-se que as causas estão relacionadas ao modelo de produção vigente, particularmente em sua versão financeiro-rentista, viabilizada pela difusão de uma racionalidade neoliberal generalizada, conforme Pierre Bourdieu. O relatório do Environment Programme da ONU indica que práticas antrópicas utilitaristas têm impactado desastrosamente o meio ambiente. A metodologia empregada consistiu em revisão bibliográfica no âmbito das ciências sociais sobre neoliberalismo, contextualizada por leituras de noticiários do atual momento pandêmico e da teoria da acumulação capitalista de Karl Marx. A partir do arcabouço teórico-epistemológico, conclui-se que o reiterado discurso dicotômico entre salvar vidas ou a economia, coaduna com o projeto hegemônico de crescimento econômico ilimitado promovido pela falsa divisão liberal entre as esferas: mercado, sociedade e natureza, permitindo desconsiderarem-se os ciclos de reprodução da vida, infligindo mazelas ao corpo social planetário, como o materializado no contexto da nova pandemia, em vista da manutenção de um fluxo histórico permanente de reprodução e acumulação do capital.
Palavras-chave
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