Conviver com as cidades, tornar-se com as plantas

João Miguel Diógenes de Araújo Lima

Resumo


Este texto compartilha experimentações e proposições entre caminhar e fotografar (n)a cidade, junto a plantas, árvores e folhas secas, num processo de investigação com as artes que teve duração de 2014 a 2019, em Fortaleza, Ceará. Na intenção de mobilizar saberes do corpo e interferir nos modos como somos cidades, no contexto de uma crise ecológica, a pesquisa abrange plantas que brotam pelo concreto – “ocupadeiras” – e a coleta de folhas secas usadas em bordados, que se desdobraram em processos de criação, com convites à experimentação e à partilha, numa poética de encontros, intervenções, oficinas de bordado em folhas e caminhadas.

Palavras-chave: Caminhada; Cidade; Processo de criação; Crise ecológica.

 

Living together within Cities, Becoming Plants

Abstract: This text presents experiments and propositions in the arts, of walking and photographing (in) the city, along with plants, trees and dry leaves, in a process of investigation in art that took place in Fortaleza, Ceará, Brazil, from 2014 to 2019. With the intention of mobilizing knowledge about the body and interfering in the ways we become cities, in the context of an ecological crisis, the research deals with plants that sprout through the cracks in the concrete – “ocupadeiras”[occupiers] –, and a collection of dry leaves used for embroidery, which then unfold into processes of creation, with invitations to experiment and share in a poetics of gathering, intervention, leaf embroidery workshops and walks

Keywords: Walk; City; Process of creation; Ecological crisis.


Palavras-chave


Walk; City; Process of creation; Ecological crisis.

Texto completo:

PDF

Referências


ARAÚJO LIMA, E. O. Quando o cinema se faz vizinho. Revista Significação, v. 44, n. 27, pp. 51-70, 2017. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2019.

BARROS, Manoel de. Matéria de poesia. Rio de Janeiro: Record, 2007.

______. O guardador de águas. 6 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas, v. 3. São Paulo: Brasiliense, 1989.

BIANCARELLI, Aureliano. Estresse faz quaresmeiras florirem mais. Folha de São Paulo. Cotidiano, p. 11, 03 mar. 2002. Disponível em: < https://www1. folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0303200226.htm > Acesso em: 13 mar. 2019.

CANÇADO, Wellington. O que diriam as árvores? Piseagrama. Belo Horizonte, n. 11, p. 118-125, 2017.

CAO, B. Environment and citizenship. Londres; Nova York: Routledge, 2015.

CARERI, Francesco. Walkscapes: O caminhar como prática estética. São Paulo: Editorial Gustavo Gilli, 2013.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia, v. 1. São Paulo: Ed. 34, 1995.

DIAS, Susana (Org.) Serrapilheira – cadernos-chão-de-floresta (oficinas). ClimaCom – inter/transdisciplinaridade [online], Campinas, ano 5, n. 13, nov. 2018. Disponível em:. Acesso em: 18 jan. 2019.

GORCZEVSKI, D.; LIMA, J. M. D. A. ConversAções: encontros entre as artes, a cidade e a universidade. Vazantes, Fortaleza, v. 1, n. 2, p. 96-113. Disponível em:. Acesso em 10 out. 2019.

GUATTARI, Félix. Restauração da cidade subjetiva. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Ed. 34, 1992. p. 169-181.

______.; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. 4 ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 1996.

JACQUES, Paola B. Elogio aos errantes. Salvador: EDUFBA, 2012. Disponível em:. Acesso em: 18 jan. 2019.

LIMAa, João Miguel D. de A. Quando artistas plantam árvores na cidade: abordando o futuro do planeta. Praça: Revista Discente da Pós-Graduação em Sociologia da UFPE, Recife, v. 2, n. 1, p. 108-121. Disponível em: < https:// periodicos.ufpe.br/revistas/praca/article/view/236301>. Acesso em: 18 jan. 2019.

LIMAb, João Miguel D. de A. Plants and trees in urban landscapes: the counter-design of non-humans. Mapping meaning, Salt Lake City, Utah, EUA, p. 76-84, 15 nov. 2018. Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2019.

MEIRELES, Fernanda. Zines em Fortaleza (1996-2009). In: MUNIZ, Cellina (Org.). Fanzines: autoria, subjetividade e invenção de si. Fortaleza: Edições UFC, 2010. p. 98-110.

MORO, Marcelo Freire et al. Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasilica, v. 26, n. 4, pp. 991-999, dez. 2012. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2019.

RESTANY, Pierre. Hundertwasser: o pintor-rei das cinco peles. Colônia: Taschen, 2003.

RODRIGUES, Higor Pinto. O ocupe Cocó e a luta popular pelo direito à cidade em Fortaleza. 2016. 78 f. Monografia (Graduação em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016. Disponível em:. Acesso em: 24 out. 2019.

SCHUMACHER, Mauro Valdir et al. Produção de serapilheira em uma floresta de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze no município de Pinhal Grande-RS. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 1, p. 29-37, fev., 2004. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2019.

SIMARD, Suzanne. Conversations in the forest: The roots of nature’s equanimity. In: SGI Quaterly, n. 79, p. 8-9, jan. 2015. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2017.

SIMMEL, Georg. [1903]. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio Guilherme (Org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973. p. 11-25.

SPIRN, A. W. Constructing nature: the legacy of Frederick Law Olmsted. In: CRONON, William (Ed.). Uncommon ground: rethinking the human place in nature. Nova York; Londres: W. W. Norton & Company, 1996. p. 91-113.

TSING, Anna Lowenhaupt. The mushroom at the end of the world: on the possibility of life in capitalist ruins. Princeton, EUA: Princeton University Press, 2015.




Direitos autorais 2022 Paralelo 31