ENTRECAMPOS: TRAJETÓRIAS NA ANTROPOLOGIA E NA ARQUEOLOGIA

Lucio Menezes Ferreira

Resumo


Como todo texto, esse traz as marcas discerníveis de seu contexto primário de produção. Escrevi-o para o seminário Entrecampos: trajetórias na antropologia e na arqueologia. Esse evento abriu as portas do Bacharelado em antropologia da UFPel, curso que inauguramos no segundo semestre de 2008. O Entrecampos ocorreu ao longo dos meses de agosto e setembro de 2008, no auditório da Faculdade de Odontologia da UFPel. Foi organizado pelo núcleo de professores inicial de nosso curso, composto basicamente, naquela quadra, por mim, Flávia Rieth, Cláudia Turra Magni, Renata Menasche, Rogério Rosa e Fábio Vergara Cerqueira. Devíamos apresentar, aos nossos primeiros alunos e alunas, uma síntese de nossa trajetória acadêmica e das pesquisas que já desenvolvíamos ou desenvolveríamos na UFPel. Colegas de outras universidades também foram convidados para descreverem suas formações e pesquisas. Ao nomeá-lo como Entrecampos, quisemos insuflar o espírito que anima nosso curso. Entrecampos como metáfora da interligação entre antropologia e arqueologia (ou vice e versa); como mote do modelo de institucionalização que adotamos, lastrada na tradição do continente americano, onde, historicamente, em várias universidades, antropologia e arqueologia partilham um mesmo departamento.

Depois do Entrecampos, muitos outros eventos ocorreram entre nós. Foi o primeiro passo de uma caminhada que completará, em agosto de 2016, oito anos. Percurso ainda curto, mas pleno de realizações. Não quero sugerir que no Departamento de antropologia e arqueologia da UFPel vivemos entre nuvens plácidas e anjos multiculturais tocando harpas. Mas, não obstante as diferenças entre nós, criamos um mestrado, em funcionamento desde 2012, e um doutorado, principiado em março de 2016. Nesses oito anos, contribuímos para a formação de muitas pessoas. Algumas delas já inseridas no mercado, e outras atuando como estudantes no nosso e em outros programas de pós-graduação em antropologia e arqueologia. De outro lado, em nossa graduação e pós-graduação temos recebido estudantes de várias partes do Brasil e, recentemente, também de outros países sul-americanos. Talvez não seja exagero dizer que o Entrecampos representa, portanto, um dos primeiros gestos da cadeia operatória de institucionalização de nossa graduação e pós-graduação.

Acresço mais algumas palavras para melhor situar leitores e leitoras sobre o contexto desse texto, seu estilo, conteúdo e o motivo de publicá-lo. Apresentei-o na noite de em 22 de agosto de 2008. Devo um agradecimento a todos os colegas e estudantes pelas discussões ensejadas. Eu chegara à Pelotas uma semana antes do Entrecampos, recém empossado na UFPel após aprovação em concurso público para professor adjunto. Estava ainda tateando o terreno, palmilhando-o em suas potencialidades a fim de organizar um novo projeto de pesquisa. Vendo-as retrospectivamente, as discussões e questões suscitadas me ajudaram a delinear melhor os problemas que norteiam minha pesquisa atual em arqueologia da diáspora africana. Leitores e leitoras verão, no texto dessa palestra, apontamentos passados sobre meu projeto presente.

               


Palavras-chave


formação acadêmica, projetos de pesquisa

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DOI: https://doi.org/10.15210/lepaarq.v13i26.8198

 
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