ONDE, COMO E QUANDO? CONSTRUINDO UM PADRÃO DE ASSENTAMENTO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA REGIÃO DE CAXIAS DO SUL - RS

Rafael Corteletti

Resumo


Resumo:
Neste artigo serão lançadas idéias sobre sítios arqueológicos mapeados na região de Caxias do Sul, de Flores da Cunha e de São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. Nesses três municípios do planalto norte gaúcho foi delimitada, a partir de critérios arqueológicos e fisiográficos, uma Zona de Estudos em que aparecem vestígios das Tradições arqueológicas Taquara, Tupiguarani e Umbu, dispersos em 48 assentamentos. No levantamento de campo, foi elencada uma série de variáveis para auxiliar na tarefa de propor uma contextualização da ocupação do planalto. Entre as variáveis fisiográficas e arqueológicas, utilizadas para a elaboração do padrão de assentamento, estão a altitude, a fitogeografia, a área abrangida pelos sítios, os tipos de sítios, a distância deles até a água, o tipo de fontes de água, o número de estruturas de piso rebaixado por sítio, as dimensões de diâmetro e profundidade das estruturas de piso rebaixado, a cronologia obtida a partir da análise radiocarbônica e de termoluminescência, a inserção no modelado do terreno, a orientação solar, os ventos predominantes e o campo de visão. A compilação destes dados de distribuição e implantação arqueológica e a observação de suas características têm por objetivo criar um padrão de assentamento das populações de origem Jê na referida área. Em síntese, a interpretação dos dados obtidos pela pesquisa estabelece que os sítios arqueológicos da Zona de Estudos foram construídos em local alto, com ampla visão da paisagem, buscando uma insolação matinal maior, dentro da mata de araucária e com nascente de água próxima. Os assentamentos normalmente têm poucas e pequenas estruturas de piso rebaixado, resultando em pequenas áreas ocupadas por estes. E, ao que tudo indica, o contingente populacional era maior no outono, época de maior disponibilidade de alimentos. As estruturas subterrâneas foram ocupadas por curtos períodos, gerando assentamentos com séries de reocupações que se estenderam na área em questão, entre os séculos VI e XIV.

Abstract:
This paper will launch ideas about archaeological sites mapped in the region of Caxias do Sul, Flores da Cunha and São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. Based on archaeological and physio-graphical criteria an area in which studies show traces of the archaeological traditions Taquara, Tupiguarani and Umbu scattered across 48 settlements, as defined in these three counties of the northern gaucho plateau. In the field survey, a series of variables were defined to aid in the task of proposing a context of the occupation of the plateau. The archaeological and physio-graphic variables used for the preparation of settlement pattern include altitude, phytogeography, the area covered by the sites, the types of sites, their distance to water, the type of water sources, the number of pit houses per site, the dimensions of diameter and depth of the pit houses, the chronology obtained from the analysis of radiocarbon and thermoluminescence, the inclusion in the modeling of terrain, solar orientation, prevailing winds and visibility. The distribution and characteristics of the data is observed, with the intention to create a settlement pattern of Jê populations in the area. In summary, the interpretation of data obtained in the survey indicates that the archaeological sites of the Study Area were built on higher ground, with a broad view of the landscape, seeking greater morning sunshine, in the Araucaria forest and with a water source nearby. The settlements usually consist of small and few pit houses structures, resulting in small areas occupied by them. By all indications, the population was higher in autumn, during a time of greater food availability. The pit houses structures were occupied for short periods, generating a series of settlements with re-occupations which extended the area in question, between the VI and XIV centuries.


Palavras-chave


Arqueologia Pré-Colonial, Casas Subterrâneas, Padrão de Assentamento

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DOI: https://doi.org/10.15210/lepaarq.v6i11/12.1237

 
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