Colhendo e plantando vida nas cidades: extensão ao contrário e ecologia de saberes no Aglomerado da Serra, Belo Horizonte - MG

Bruno Martins Dala Paula, Luana do Carmo Araujo de Oliveira, Emmanuel Duarte Almada, Filipe Freitas Chaves, Maura Neves Coutinho

Resumo


O presente ensaio busca uma reflexão da relação entre as práticas de agricultura urbana e o cuidado com a vida a partir de um projeto de extensão universitária mobilizado entre grupos de moradores das comunidades do Aglomerado da Serra em Belo Horizonte-MG e membros do Grupo Aroeira, ao longo de seis anos (2008-2013). O ensaio aponta a agroecologia como teoria-práxis chave nesse processo e relata as opções metodológicas segundo preceitos do educador Paulo Freire e do sociólogo Boaventura Souza e Santos para uma ação dialética entre comunidade e universidade. Sendo o conceito de Pesquisa-Ação, chave no processo de pesquisa e extensão, este projeto estruturou-se através de atividades principais, foram elas: levantamento das iniciativas de agricultura urbana na comunidade; realização do Ciclo de Encontros Cultivando Saúde; formação da Grupo de Plantas Medicinais Santana; criação da turma de alfabetização “Café Crioulo”; e realização de feiras livres com produtos da agrobiodiversidade urbana da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Grupo Semear, Instituto Paulo Freire através do Projeto MOVA-Brasil, Fundo Nacional de Solidariedade - FNS Cáritas Brasileira (2013) são alguns dos parceiros citados que auxiliaram e permitiram articular as temáticas de agroecologia, soberania e segurança alimentar e nutricional, educação popular e economia popular solidária em um projeto que buscou cultivar e promover o cuidado com a vida dos moradores do aglomerado da Serra valorizando seus saberes populares, ao mesmo tempo em que levou tais experiências para dentro da universidade a partir da prática da extensão ao contrário.

Palavras-chave


Agricultura Urbana. Extensão Universitária. Agroecologia.

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DOI: https://doi.org/10.15210/ee.v23i2.13199

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