Mães HIV positivo e a orientação para não amamentar: um relato de experiência

Flavia SCATTOLIN, Vanda Maria da Rosa JARDIM

Resumo


O presente trabalho visa refletir sobre a experiência da “imposição” às mulheres com sorologia positiva para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), de não amamentarem seus filhos devido ao risco aumentado de transmissão do vírus, presente em grande quantidade no leite materno. Questiona-se o uso de medidas inibidoras da lactação: farmacológicas, que são onerosas, ou as medidas não hormonais (enfaixamento das mamas), que tem conotação punitiva, e constituem-se numa prática dolorosa, e seu reflexo no universo emocional das mulheres diante dessa realidade penosa e desgastante. Discute-se também o fato de que, embora no Brasil estejam disponíveis intervenções como: acompanhamento no pré-natal (consultas e exames), oferta de testagem para HIV com pré e pós-aconselhamento para toda a população, com ênfase para mulheres em idade fértil, o coeficiente de mulheres testadas no pré-natal é muito baixo, principalmente, nas populações mais vulneráveis. Como resultado, observa-se que a qualidade do pré-natal ainda está aquém do desejável. Deparamo-nos com uma equipe de saúde carente de qualificação quando se trata do acompanhamento emocional das gestantes/puérperas com sorologia positiva para o HIV. Embora o saber científico esteja avançado, não é desprovido de preconceitos e de julgamento de valores, nem da afetividade no acompanhado de uma situação tão delicada.


Palavras-chave


aleitamento materno, HIV, transmissão vertical do HIV

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DOI: https://doi.org/10.15210/jonah.v2i0.3480



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