ARTIGO ORIGINAL

Estágio Curricular Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso em Enfermagem: bacharelado e licenciatura

Supervised Curricular Internship and Course Completion Work in Nursing: bachelor and degree

Pasantía Curricular Supervisada y Trabajo de Finalización de Curso en Enfermería: bachillerato y licenciatura

Rodrigues, Rosa Maria;[1] Reis, Alessandra Crystian Engles dos;[2] Machineski, Gicelle Galvan;[3] Barhart, Jéssica Borges Lúcio;[4] Tonini, Nelsi Salete;[5] Conterno, Solange de Fátima Reis[6]

RESUMO

Objetivo: avaliar a formação recebida nas atividades de Estágio Curricular Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em enfermagem. Método: pesquisa quanti-qualitativa, com dados coletados nos anos de 2018 e 2019, com alunos da Enfermagem que responderam a um questionário on-line assíncrono, pela ferramenta Limesurvey. Os dados quantitativos foram submetidos à análise descritiva e os qualitativos à análise de conteúdo. Resultados: 11 eram concluintes em 2018 e 25, em 2019 e responderam ao questionário 7 e 10, respectivamente. Avaliaram positivamente o ensino-aprendizagem vivenciado, elencaram desafios, mas visualizaram o desenvolvimento de autonomia, autoconfiança, crescimento profissional e pessoal; superação de inseguranças e empenho do serviço em acolhê-los. Na monografia, exercício das normas e definição de critérios de avaliação seriam positivos e papel dos professores. Conclusões: a conclusão da graduação pelo estágio e monografia é momento insubstituível, viabilizando o exercício da autonomia e apoiados pelo enfermeiro do serviço e professor supervisor.

Descritores: Estágio clínico; Enfermagem; Pesquisa em enfermagem; Educação em Enfermagem

ABSTRACT

Objective: to evaluate the training received in the activities of the Supervised Curricular Internship and Work Completion of the Undergraduate Course in Nursing. Method: quantitative-qualitative research with data collected in 2018 and 2019 with Nursing students who completed online questionnaire. The quantitative data were subjected to descriptive analysis and the qualitative data to content analysis. Results: there were 11 senior students in 2018, and 25 in 2019; from them, 7 and 10 respectively. They positively evaluated the teaching-learning experience, listed challenges, but visualized the development of autonomy, self-confidence, professional and personal growth, overcoming insecurities, and the service's commitment to welcome them. In the Work, students reported that exercising the standards and definition of evaluation criteria would be positive and the role of the professors. Conclusions: the practice and Work are an irreplaceable moment, enabling the exercise of autonomy and supported by nurses and the supervising professor.

Descriptors: Clinical clerkship; Nursing; Nursing research; Education, Nursing

RESUMEN

Objetivo: evaluar la formación recibida en las actividades de formación en Pasantía Curricular Supervisada y Trabajo de Finalización de Curso de pregrado en enfermería. Método: investigación cuantitativa-cualitativa con datos recolectados en 2018 y 2019 con estudiantes de Enfermería con cuestionario online. Los datos fueron sometidos a análisis descriptivo y de contenido. Resultados: hubo 11 estudiantes de último curso en 2018, y 25 en 2019; de ellos, 7 y 10 respectivamente completaron el cuestionario. Evaluaron positivamente la enseñanza-aprendizaje, enumeraron desafíos, pero visualizaron el desarrollo de autonomía, confianza en sí mismos, crecimiento profesional y personal, superación de inseguridades y compromiso del servicio de acogerlos. En Trabajo, los estudiantes informaron que ejercicio de las normas y definición de criterios de evaluación serían positivos y papel de los profesores. Conclusiones: la práctica y el trabajo es un momento insustituible, permitiendo ejercicio de autonomía y apoyado por servicio de enfermería y profesor supervisor.

Descriptores: Prácticas clínicas; Enfermería; Investigación en enfermería; Educación en Enfermería

INTRODUÇÃO

A graduação em enfermagem no Brasil, acompanha o desenvolvimento da educação superior que, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394 de 1996, desencadeou normatizações exigindo, para finalização de um curso de graduação, o cumprimento do Estágio Curricular Supervisionado (ECS) e do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), os quais, via de regra acontecem no último ano do curso, para concluir o processo de formação no ensino superior, fazer a transição do formando para o mundo do trabalho e, no caso do TCC, iniciar e desenvolver habilidades na produção do conhecimento científico no campo da enfermagem.

Com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), o ECS foi previsto em seu Art. 7º, ao afirmar que, além dos conteúdos teóricos e práticos desenvolvidos ao longo da formação, os cursos deveriam incluir no currículo o ECS em “hospitais gerais e especializados, ambulatórios, rede básica de serviços de saúde e comunidades nos dois últimos semestres do Curso de Graduação em Enfermagem”. Igualmente previa a participação do enfermeiro do serviço no planejamento e execução do ECS, orientado por docente da instituição e que sua carga horária seria de 20% do total da carga horária do curso,1 a qual foi estabelecida em quatro mil horas, a serem cursadas em, no mínimo cinco anos2 e integrar a carga horária total do curso.

Revisão integrativa evidenciou que o ECS se faz fundamental na formação de enfermeiros, uma vez que possibilita ao aluno dar sentido aos conhecimentos adquiridos ao longo da formação, desenvolver a capacidade de identificar problemas, analisar criticamente as situações que a prática lhe apresenta, ao tempo que pode pensar soluções subsidiadas pelos fundamentos teóricos e práticos que vivenciou. Contribui com o “desenvolvimento do raciocínio crítico, de habilidades de comunicação, liderança e tomada de decisões no mundo real do trabalho.”3:1851

Neste estudo, o ECS acontece no último ano do curso em Assistência Hospitalar (AH) (440h) e na Atenção Primária à Saúde (APS) (440h), com carga horária de 880 horas. O curso foi criado em 1978 e, até 2002, era a disciplina de administração aplicada à enfermagem que desenvolvia atividades próximas ao ECS, na AH e na APS. Atualmente tem 5.458 horas, pois integra a formação do bacharel e licenciado em enfermagem. O ECS do Bacharelado tem 880 horas e a Prática de Ensino que é o ECS da licenciatura tem 400 horas, mas não será objeto de análise neste estudo.4

Na ementa do ECS do curso está disposto que se constitui em atividade curricular de caráter prático para aprofundar as relações do processo de formação com o processo de trabalho em saúde e em enfermagem. E objetiva instrumentalizar o estagiário para a inserção no mercado de trabalho; propiciar vivências na aquisição de competências para administração do processo de trabalho de enfermagem e da assistência de enfermagem e; proporcionar experiência voltada à gerência de Unidade dos Serviços de Saúde, identificando as necessidades da clientela, priorizando-as e planejando a assistência requerida, bem como prevendo e provendo os recursos, processos e métodos de trabalho necessários para sua implementação e avaliação, de modo a buscar a qualidade da assistência prestada.4

Dessa forma, as atividades desenvolvidas na AH e APS seguem roteiros específicos que visam nortear a caracterização das unidades, do território e da população atendida, a fim de elaborar o planejamento estratégico situacional e definir prioridades a partir dos problemas identificados. A partir daí, são elaborados projetos que subsidiam ações para a resolução de ao menos um dos nós críticos da unidade.4

Quanto ao TCC observa-se que foi o desenrolar do processo de maturação da pesquisa em enfermagem no Brasil que começou a se desenvolver, a partir de 1972, com a criação dos cursos de pós-graduação stricto sensu, quando se defendia que era necessário avaliar a assistência e o ensino que só seriam consolidados se embasados em conhecimentos científicos e, para tanto era preciso formar pesquisadores para ministrar os conteúdos teóricos e para assessorar e orientar pesquisas.4

Experiências mostram sua introdução nos anos de 1990,5 relatando a implantação da produção do TCC em 1996. O incentivo à pesquisa se formalizou em iniciativas como o Programa Especial de Treinamento (PET) em 1991 com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). À época, as demais pesquisas decorriam de projetos de extensão ou atividades isoladas de professores pesquisadores. Ou apresentam proposta de revitalização ou para a implantação do TCC.6 Outro aspecto é que estudos sobre a produção desenvolvida nos TCC evidenciam a prevalência de estudos descritivos, de abordagem qualitativa na modalidade de pesquisa bibliográfica,7 ou encontraram que dentre os trabalhos, 25,7% eram revisões narrativas da literatura,8 o que indica que é experiência recente e que a produção de conhecimentos na graduação em enfermagem tem fragilidades. De outro lado, estudo recente mostra que a formação em pesquisa, desde a graduação pode ocorrer em todos os momentos acadêmicos, despertando para a investigação científica como conteúdo formativo e atitude de investigativa, que reverberem na futura prática profissional.9

O TCC do curso a que se refere este estudo tem como objetivos proporcionar aos acadêmicos a oportunidade de compreender e apreender os elementos envolvidos no processo de pesquisa, estimulando a produção de conhecimento na área de saúde e; desenvolver um trabalho de conclusão de curso de caráter científico. Para tanto, é realizado o acompanhamento do desenvolvimento de todas as etapas do TCC por meio de encontros periódicos e individuais realizados de acordo a definição de cronograma de execução do trabalho e agendamento prévio com o orientador, seguindo o regulamento do TCC do Curso, conforme resolução vigente.4

Estas duas atividades (ECS e TCC), acontecem na quinta série do curso de Enfermagem em questão, que desenvolve o ECS há 18 anos e o TCC há 30 anos. O curso está em processo de avaliação do seu Projeto Político Pedagógico (PPP) e, para tanto, desenvolve pesquisa levantando a avaliação de alunos e professores sobre a formação ofertada. Neste estudo questiona-se como os acadêmicos avaliam as atividades de ECS e TCC do curso de Enfermagem? A pesquisa tem por objetivo avaliar a formação recebida nas atividades de Estágio Curricular Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em enfermagem.

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de pesquisa quanti-qualitativa. A etapa quantitativa caracteriza-se como descritiva e a qualitativa, do tipo exploratória. Os resultados são referentes aos anos de 2018 e 2019, cujos participantes foram alunos da quinta série de um curso de graduação em Enfermagem, de uma universidade estadual pública na região Oeste do Paraná, que responderam a um questionário on-line assíncrono, no final dos anos letivos. Utilizou-se a ferramenta LimeSurvey,10 em sua versão 2.64, atualizada em março de 2017; de uso livre empregada para elaboração, gerenciamento e coleta dos dados de questionários on-line, por meio de um link, o qual foi enviado através de um convite por e-mail, cujos endereços foram fornecidos pela Secretaria Acadêmica da instituição de ensino. Eram concluintes, 11 alunos em 2018 e 25 em 2019, para os quais foi enviado o instrumento de coleta de dados que retornou respondido integralmente por sete (63,64%) e 10 (40%) em 2018 e 2019, respectivamente.

Os questionários foram elaborados visando identificar os elementos do processo ensino-aprendizagem presentes no PPP do curso, num total de três instrumentos (um para o TCC; um para o ECS na APS; e um para o ECS na AH), todos com questões fechadas e abertas. Os dados quantitativos foram sistematizados em tabelas e analisados pela estatística descritiva e os qualitativos sistematizados de acordo com a convergência de conteúdo, em unidades temáticas11 e discutidos à luz da literatura da área.

Da análise dos dados qualitativos após várias leituras e sistematizações das dimensões do ECS na AH e na APS e do TCC, emergiram categorias específicas, grifadas na sequência da apresentação dos excertos de respostas dos participantes.

O estudo foi aprovado pelo Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa nº. 2.790.584, em atendimento as normas para pesquisa envolvendo seres humanos estabelecidas nas Resoluções do Conselho Nacional de Saúde 466/2012.12 Em respeito à ética na pesquisa, neste artigo os participantes foram identificados pela letra A de Acadêmico seguido do numeral arábico referente à sequência de sua participação, acrescentada, quando em resposta às situações do estágio hospitalar da sigla ECH ou ECAPS quando na APS, e ainda o ano referente a cada participação.

RESULTADOS

Na Tabela 1 são apresentados a média das frequências relativas dos dois anos da avaliação da quinta série, expressas nas variáveis mais frequentes quanto ao ECS na AH, na APS e do TCC, expondo as alternativas que obtiveram maior frequência. Observa-se que os itens questionados foram positivamente avaliados, com percentuais perto de 100% em quase todos, no ano de 2018, exceto na discussão dos critérios de avaliação do estágio curricular na AH. Destaca-se que, em 2019, houve queda na avaliação positiva, indicando que o curso deveria identificar os motivos desse fato. Os percentuais em torno de 80% de excelente são relativos ao desempenho geral dos estudantes e professores, indicando espaço para melhorar este quesito no ECS da AH e da APS.

Tabela 1. Frequências da avaliação do ensino-aprendizagem para a quinta série, ECS na APS e AH e TCC, na percepção de discentes. Cascavel/PR, 2020.

Variáveis

2018

(%)

2019

(%)

Média

(%)

Prognosticadores do Estágio Curricular Supervisionado na APS

Foi apresentado o Plano de Ensino do ECS

100,00

90,00

95,00

Orientador acompanhou durante o ECS

100,00

90,00

95,00

Quando teve dúvidas recorreu ao orientador

100,00

80,00

90,00

Orientador visitou durante o ECS

100,00

90,00

95,00

Orientador informou como encontrá-lo

100,00

80,00

90,00

A relação com o enfermeiro do serviço foi excelente

100,00

80,00

90,00

A avaliação do enfermeiro e do professor foi suficiente

100,00

80,00

90,00

Os critérios de avaliação foram discutidos com os alunos

100,00

70,00

85,00

Orientador respondeu as dúvidas dos alunos

100,00

100,00

100,0

O aluno foi pontual

100,00

100,00

100,00

O aluno desenvolveu as atividades propostas pelo orientador

100,00

100,00

100,00

O aluno avaliou seu desempenho como excelente

71,43

90,00

80,72

O acompanhamento do orientador foi excelente

85,71

70,00

77,86

A unidade em que fez o ECS era adequada

100,00

90,00

95,00

Prognosticadores do ECS na Assistência Hospitalar

Orientador acompanhou durante o ECS

100,00

80,00

90,00

Quando teve dúvidas recorreu ao orientador

100,00

90,00

95,00

Orientador visitou durante o ECS

100,00

90,00

95,00

Orientador informou como encontrá-lo

100,00

90,00

95,00

A relação com o enfermeiro do serviço foi excelente

71,43

60,00

65,72

A avaliação do enfermeiro e do professor foi suficiente

81,79

90,00

85,90

Os critérios de avaliação foram discutidos com os alunos

71,43

50,00

60,72

Orientador respondeu as dúvidas dos alunos

81,79

90,00

85,90

O aluno foi pontual

100,00

100,00

100,00

O aluno desenvolveu as atividades propostas pelo orientador

100,00

100,00

100,00

O aluno avaliou seu desempenho como BOM

57,14

70,00

63,57

O acompanhamento do orientador foi BOM

57,14

40,00

48,57

A unidade em que fez o ECS era adequada

100,00

100,00

100,00

Prognosticadores do Trabalho de Conclusão de Curso

Orientador acompanhou a realização da pesquisa

100,00

90,91

95,45

Quando o aluno teve dúvidas recorreu ao orientador

100,00

100,00

100,00

O professor orientou o aluno para a realização do TCC

100,00

100,00

100,00

O professor informou os locais onde poderia ser encontrado

100,00

100,00

100,00

O professor devolveu o trabalho enviado com correções

100,00

100,00

100,00

O aluno realizou as correções orientadas

100,00

100,00

100,00

O professor orientou quanto ao calendário feito pela coordenação

100,00

100,00

100,00

O professor orientou sobre os procedimentos de defesa do TCC

100,00

100,00

100,00

O aluno foi pontual, compareceu a todas as orientações agendadas e entregou nos prazos estabelecidos

100,00

90,91

95,45

O aluno avalia o seu desempenho como BOM

57,14

45,45

51,29

O aluno avalia o desempenho do orientador como ‘Excelente’

85,71

72,73

79,22

O aluno conhece o coordenador do TCC

100,00

90,91

95,45

O aluno não precisou de encaminhamentos com a coordenação do TCC

57,14

72,73

64,935

Fonte: dados sistematizados no estudo, 2020.

A análise qualitativa foi organizada de acordo com os temas tratados no questionário, quando os acadêmicos deveriam avaliar a sua relação com o enfermeiro do serviço, seu desempenho no ECS e outros elementos que eles julgassem necessários registrar na avaliação do ECS na APS e na AH.

Na AH, destacou-se avaliação positiva na relação com os enfermeiros do serviço, quando os alunos destacaram o preparo, comprometimento, dedicação, atualização, atitude pedagógica, disposição de ensinar e a boa interação com os alunos e equipe, como se depreende dos excertos.

Enfermeira capacitada, comprometida, competente, dedicada com os pacientes e com sua equipe. Me acolheu muito bem na ala, se dedicou a me ensinar e me orientar em tudo que fosse preciso. Gostei muito de trabalhar e aprender com a enfermeira da ala. (A1, ECH/2018)

Atenciosa, atualizada quanto as questões de enfermagem e atendimento aos pacientes, boa interação com a equipe. (A6, ECH/2018)

[...] estava acostumada com a presença de alunos do curricular na unidade e sabia como conduzir as atividades e o que eu necessitava aprender. (A7, ECH/2018)

[...] muito receptiva, possui muito conhecimento teórico-científico e sabe repassar tal conhecimento aos curriculares, além de permitir aos acadêmicos o desenvolvimento de habilidades. (A9, ECH/2019)

Foi uma experiência maravilhosa, me dei muito bem com a enfermeira da ala; ela me ensinou e ajudou muito. (A10, ECH/2019)

Apesar disso, desafios na relação com o serviço para a realização do ECS na AH se fizeram presentes quando se percebe a dificuldade do enfermeiro em se integrar ao ensino que acontece num hospital escola ou nas posturas profissionais, às vezes dissonantes do perfil desejado dos profissionais de saúde e, em especial dos enfermeiros.

Pude observar que a enfermeira tinha muito conhecimento, mas não conseguia passar de forma adequada. (A10, ECH/2018)

Relação não muito boa, uma das enfermeiras sempre queria mostrar que sabia mais, que eu era subordinada, não se preocupava em ensinar com humildade, arrogante, em compensação a outra foi ótima, aprendi muito com ela. (A5, ECH/2019)

No início foi difícil, por ser acadêmica nova, mas depois que a gente ganhou confiança o trabalho foi muito bom! (A7, ECH/2019)

Profissional sem qualificação e aptidão para ensinar, com condutas inadequadas e até mesmo negligente. (A8, ECH/2019)

Apesar disso, os acadêmicos avaliam que seu desempenho foi bom, mas seria melhor, caso a relação com o enfermeiro tivesse sido mais qualificada.

Fiz de tudo, até mais que o necessário, várias vezes os funcionários recorriam a mim para resolver os problemas da unidade, pois a enfermeira simplesmente sumia. (A5, ECH/2019)

Acredito que foi bom, poderia ter sido melhor se o enfermeiro que me acompanhou fosse melhor. (A6, ECH/2019)

Ponderam os alunos que a relação com o serviço se faz na integração dos professores, pois boas interações e docentes presentes auxiliam no desenvolvimento do ECS na AH; da mesma forma, o despreparo docente e da escola contribuem para desqualificar esta interação.

Em alguns momentos, a relação com o enfermeiro não foi excelente, mas sinto que é por parte do despreparo dos Enfermeiros do hospital em receber os acadêmicos de estágio curricular. Pois eles não sabem quando chegaremos, o que poderemos fazer, etc. O colegiado não entra em contato previamente com os Enfermeiros preceptores para informá-los, além disso o professor responsável pelo acadêmico também não realizou nenhuma conversa com os Enfermeiros. Além disso acho importante que o curso de Enfermagem promova treinamento para os enfermeiros, de alguma forma, uma educação continuada [...]. Não sei. É uma possibilidade. Pois o [...] é hospital-escola, e sinto que as equipes as vezes tem dificuldades de entender este conceito. (A11, ECH/2019)

A professora já conhecia a enfermeira do setor e já tinham uma ótima relação. A enfermeira do setor é excelente (A12, ECH/2018)

A professora esteve sempre disposta a ajudar e sugerir atividades que fortaleceram minha relação com a equipe. (A3, ECH/2019)

Diante dessas avaliações sobre a relação com os enfermeiros, os acadêmicos avaliaram o seu desempenho no ECS na AH destacando que foi fundamental para desenvolver autonomia, confiança em si, crescimento profissional e pessoal, superação das inseguranças.

Foi visível meu crescimento, tanto pessoal, como profissional no estágio curricular. Aprendi a ter autonomia e principalmente a agir frente as diversas situações enfrentadas no âmbito hospitalar. Foi uma experiência incrível, me apaixonei pela ala, pelo serviço e o término do estágio foi muito triste para mim, visto que havia me habituado, me encaixado e me familiarizado muito com todo o ambiente e toda a equipe. Aprendi muito e após o estágio me sinto segura e preparada para trabalhar como enfermeira a nível hospitalar. (A1, ECH/2018)

Tive um pouco de dificuldade com a questão gerencial. Dificuldade apontada pela Enfermeira do setor. (A6, ECH/2018)

Realizei o que estava proposto no plano de ensino e também todas as atividades que a enfermeira da unidade me ensinava. (A7, ECH/2018)

Busquei compreender o funcionamento macrorregional de atenção as urgências, com a intenção de melhorar minha compreensão do serviço realizado pela equipe, procurei vencer minhas dificuldades, aceitei conselhos pertinentes ao meu desenvolvimento, tentei colaborar o máximo possível com a equipe dentro das minhas limitações. (A9, ECH/2018)

Bom desempenho, não foi melhor devido alguns membros da equipe de enfermagem serem muito fechados, o qual dificultou um pouco na execução das atividades. (A10, ECH/2018)

Fui recebida muito bem pela enfermeira e equipe, todos sempre estavam disponíveis em me mostrar coisas novas e ensinar. Aprendi muita coisa e todos me davam muita tranquilidade e segurança no decorrer do estágio sem conta que pude finalmente trabalhar num setor em que a SAE funciona realmente. (A12, ECH/2018)

Foi bom pois o que não aprendi e coloquei em prática nos outros anos, nesse estágio consegui aprender e fazer procedimentos com muita clareza e confiança. (A1, ECH/2019)

Digo que foi excelente pois rompi barreiras que nem eu jamais imaginaria conseguir, perdi vários medos, enfrentei situações que se não fosse o estágio curricular não saberia como lidar. Foi um aprendizado imenso, com vários conhecimentos diferentes e importantes para a minha carreira, também foi uma vitória pessoal, porque consegui lidar com alguns medos que precisava vencer. Eu me desenvolvi muito, enquanto acadêmica de enfermagem e como pessoal, pois evolui em vários quesitos e fico grata por esta oportunidade, me sinto preparada para enfrentar algumas situações no mercado de trabalho. (A2, ECH/2019)

Cumpri com louvor minhas atividades. Me sinto satisfeita, por ter me doado ao campo de estágio mesmo diante de tantas outras responsabilidades como exemplo o TCC. (A8, ECH/2019)

Fui pontual, chegando muitas vezes 20 minutos antes da passagem de plantão para já entender as intercorrências do plantão anterior e iniciar a organização da ala. Apliquei atividades educativas, consegui cumprir com o Plano Estratégico Situacional e implementá-lo, de forma que até hoje é utilizado na Ala. Além disso tive boa relação com a equipe, e aproveitei muito todas as situações vivenciadas para aprendizado. (A11, ECH/2019)

De outro lado evidenciou-se na avaliação dos alunos no ECS da APS, a positividade unânime e a autonomia construída quando destacam o bom relacionamento, a competência dos profissionais, a postura de ensino e de acolhimento, de todos os membros da equipe, e observa-se um diferencial nas respostas dos alunos que é a autonomia que construíram no ECS da APS e a compreensão do papel do enfermeiro na saúde coletiva, função primordial do ECS.

A relação com as Enfermeiras da Unidade foi excelente, durante todo o período de estágio estavam sempre dispostas a nos orientar na realização das atividades, a nos inserir no trabalho da equipe. Acredito que tudo o que podiam ensinar sobre o trabalho do enfermeiro elas se empenharam em transmitir para nós. (A1, ECAPS/2018)

Relação excelente, uma ótima profissional que me acompanhou, em todos os momentos explicava, direcionava todas as atividades que eram realizadas pelo enfermeiro na unidade. (A2, ECAPS/2018)

A enfermeira responsável pelo local onde foi realizado o estágio curricular é uma excelente profissional e contribui muito para a formação e atuação durante este período. Por diversas vezes sentávamos para discutir os casos de pacientes da área de abrangência da unidade de saúde, e com o decorrer do tempo tive autonomia para desenvolver as atividades que eram de responsabilidade do enfermeiro. Consegui entender o papel profissional do enfermeiro na APS e desenvolver as atividades que são de competência do enfermeiro, tanto assistencial quanto gerencial. (A5, ECAPS/2018)

A enfermeira, e todos os profissionais envolvidos no meu campo de estágio curricular foram excelentes, receptivos, dispostos a me ensinar e orientar em tudo que fosse necessário. Gostei muito do vínculo que tive com a enfermeira, na qual me fez crescer profissionalmente e, também pessoalmente, uma ótima profissional, servindo de exemplo para mim. (A6, ECAPS/2018)

Elas tiveram muita paciência e confiança sempre mostrando coisas novas, não só elas, como toda a equipe sempre estava disposta a ensinar o que me permitiu trabalhar pelo menos meio período em todos os setores da UBS. (A7, ECAPS/2018)

Foi uma excelente relação, sempre tive apoio das enfermeiras eu tudo o que precisei, ensinaram todo o processo de trabalho, primeiramente me acompanhavam ensinando a maneira como elas faziam, após eu fazia sozinha e quando precisa [se surgiam dúvidas] chamava por elas. Tive a oportunidade de vivenciar a profissão de enfermeiro e sair preparada para o mercado de trabalho. (A8, ECAPS/2018)

A relação com a enfermeira e equipe da unidade de saúde foram muito boas, pois desde do primeiro momento todos me ajudaram e ensinaram de diversas maneiras e acima de tudo confiaram em mim para muitas resoluções de problemas. (A4, ECAPS/2019)

Extremamente atenciosa, prestativa, nos orientou quanto a todas as possíveis dúvidas e quais os fluxos e protocolos [...]. Sempre se dispôs a nos ensinar de modo carismático, empático, nos deu segurança suficiente para desenvolvermos as atividades com autonomia. (A8, ECAPS/2019)

No início foi difícil devido à falta de experiência de trabalho da Enfermeira, pois fazia apenas 3 meses que ela estava naquela unidade. Mas depois foi muito tranquilo, aprendi muito, ela foi extremamente atenciosa e criteriosa ao me ensinar. (A13, ECAPS/2019)

Da mesma forma avaliaram seu desempenho no ECS da APS como um marco na trajetória acadêmica, momento de compreender o trabalho na APS de forma integral, vivenciar novas experiências, enfrentar desafios...

Executei todas as atividades propostas, procurei me inserir no trabalho da equipe, foi um momento de grande aprendizado, acredito que foi um marco na minha trajetória acadêmica, no qual eu pude tirar todas as dúvidas sobre o atendimento na atenção primária, termino a graduação com a certeza que se fosse para trabalhar nesse campo o faria com a capacidade devida. (A1, ECAPS/2018)

Cumpri com todas as atividades propostas pela professora orientadora, bem como com a Enfermeira da unidade. Visualizei o papel do enfermeiro de forma integral, diferentemente dos outros estágios na APS. (A4, ECAPS/2018)

Avalio meu desempenho no estágio curricular como excelente, pois com o decorrer do tempo consegui desenvolver as atividades propostas pela professora orientadora e também pela equipe da unidade de saúde. Além de cumprir e enviar os relatórios fundamentados semanalmente e desenvolver o projeto na unidade de acordo com o previsto no plano de ensino da disciplina. Com o decorrer o tempo pude notar minha evolução como acadêmica e como profissional. (A5, ECAPS/2018)

Desenvolvi muito como profissional no Estágio. Pude ver meu desenvolvimento e crescimento fazendo uma comparação do início com o final do estágio. Iniciei insegura com certos procedimentos, e após fazê-los diariamente, me tornei segura e confiável em todas as técnicas e procedimentos realizados. (A6, ECAPS/2018)

Mesmo não gostando muito de unidade básica pude aprender muita coisa nova e sair confiante que se fosse necessário daria conta de assumir um trabalho numa unidade básica tranquilamente. (A7, ECAPS/2018)

Acredito que tenha sido muito bom, consegui alcançar os objetivos propostos e consegui vivenciar na prática como é ser um enfermeiro de atenção básica. (A2, ECAPS/2019)

Melhor estágio a meu ver. Aprendemos muito sobre a promoção e prevenção e ter empatia, ouvir o cliente e saber encaminhar de forma correta. (A3, ECAPS/2019)

O meu desempenho foi uma luta pessoal em que enfrentei situações que me fizeram crescer como acadêmica e pessoa, pois este campo nos oportuniza vivenciar diversas experiências e colocar em prática tudo que aprendemos durante a graduação, então fico muito satisfeita com o estágio pois consegui cumprir além do que eu imaginava, eu nem imaginava que pudesse chegar aonde estou, e graças a formação da [...] e todos os professores e enfermeiros das unidades hoje consigo me ver seguir esta carreira. (A4, ECAPS/2019)

Fizeram a análise do desempenho docente na APS, em que se observa que a presença do professor acompanhando as atividades é fator qualificador do desempenho do aluno.

Prof. [professor] [...] é excelente, foi todas as semanas ver como estava sendo desenvolvida as atividades, e sempre que foi necessário, auxiliou em todas as atividades. (A2, ECAPS/2019)

Foi muito boa, sempre disposta a ajudar sempre presente no estágio. (A3, ECAPS/2019)

O orientador sugeriu atividades e complementou algumas já realizadas no campo de estágio. (A5, ECAPS/2019)

Em todos os momentos a professora [...] demonstrou interesse pelo meu desenvolvimento pessoal e profissional no campo de estágio, e sempre esteve presente de modo a esclarecer dúvidas, prestar apoio, e ensinar! (A8, ECAPS/2019)

Uma vez por semana minha orientadora ia até a unidade para esclarecer dúvidas, dar feedback, perguntava sobre a convivência na unidade, com os enfermeiros e demais profissionais, sempre estava à disposição! (A11, ECAPS/2019)

As orientações foram pontuais e excelentes. As reuniões realizadas com os enfermeiros foram de muita valia, além da disponibilidade do orientador em nos atender sempre que necessário. Não tenho nenhuma crítica a fazer. (A13, ECAPS/2019)

A professora acompanhou todo meu desempenho na APS, sempre esteve disponível para orientações, para esclarecer dúvidas e propor novas atividades. Acredito que executou muito bem sua atividade como orientadora. (A1, ECAPS/2018)

Em todos os momentos de dúvidas foram sanados pelo orientador, bem como a elaboração do Planejamento Estratégico Situacional. (A2, ECAPS/2018)

A professora sempre estava disposta a nos orientar, tirar dúvidas e saber das nossas dificuldades. Nos visitava todas as semanas e nos enviava mensagens todos os dias. Sempre estava disponível. (A4, ECAPS/2018)

A professora orientadora passava na unidade semanalmente, sempre era escolhido o melhor dia e horário de acordo com a agenda de trabalho que precisa cumprir na unidade de saúde. Durante as orientações a professora falava sobre os relatórios semanais, além dos passos que eram necessários ser realizados para o desenvolvimento do projeto e relatório final. Sempre eram esclarecidas as dúvidas e também havia uma conversa junto com a enfermeira responsável para indicar como estavam sendo realizadas as atividades. (A5, ECAPS/2018)

A orientação foi ótima, a professora sempre esteve disposta em esclarecer nossas dúvidas, em nos atender quando necessário. (A6, ECAPS/2018)

De outro lado, revelam que a ausência ou o escasso acompanhamento sistematizado do orientador do ECS é limitador da aprendizagem, quando não realiza avaliações e não está disponível para sanar as dúvidas que surgem.

Professor um pouco ausente, pedia coisas de um dia para o outro, não realizou avaliação final, até hoje não sei nada sobre a avaliação e as notas. (A1, ECAPS/2019)

O meu orientador foi [...], do qual nos primeiros dias nos apresentou a unidade e passou algumas informações sobre o estágio, nos dias seguintes quase não comparecia ao estágio, passava esporadicamente para nos ver e logo sumia novamente. Quando solicitado por meio de mensagens o mesmo dizia que iria responder pessoalmente, porém não retornava à unidade para nos orientar da maneira que gostaríamos. (A4, ECAPS/2019)

Quanto a vivência com a equipe foi muito boa, nosso orientador não foi muito ativo neste período de APS na atenção primária. (A10, ECAPS/2019)

Fica a minha sugestão para que alguns professores que estão acompanhando o estágio curricular, se façam presentes da maneira que é, pois muitas vezes precisamos sanar as dúvidas e estes não se faziam presentes da maneira que foi preciso, ou simplesmente chegam nas unidades pedem do acadêmico fingem que não o viram e vão embora e depois dizem que não estava presente no campo. (A4, ECAPS/2019)

As avaliações dos campos de prática na APS mostraram ser suficientes, na maioria das vezes e que, quando não eram, a equipe dava um jeito de acomodar e incluir os alunos nas atividades revelando o empenho do serviço em acolher os estudantes na APS.

O campo é muito bom e os funcionários em sua maioria são ótimos também. (A2, ECAPS/2019)

Ótimo! Apenas não tinham muitas salas, porém a equipe fez de tudo para conseguirmos trabalhar com eles. (A3, ECAPS/2019)

O espaço é compartilhado, porque estruturalmente não foi bem planejado, mas é suficiente para o estágio. (A5, ECAPS/2019)

Maravilhoso, ideal para nossa formação, podemos vivenciar diversas realidades, demanda variada, fluxo intenso. (A8, ECAPS/2019)

A unidade estava em um espaço provisório pois o local fixo estava em reforma, para tanto, não possuía espaço suficiente para abranger toda a equipe e as curriculares. (A9, ECAPS/2019)

Apesar da grande demanda da unidade, o espaço é considerado adequado, por se tratar de uma unidade Nova. (A11, ECAPS/2019)

Vivenciei meu estágio em dois locais: no distrito e na unidade da zona rural. Ambos locais possuíam tudo o que era necessário para um bom atendimento e acolhimento dos usuários. (A13, ECAPS/2019)

Espaço antigo, pequeno, sem reforma, porém bem organizado, atendia a população e realizava todos os procedimentos mesmo com suas condições. (A1, ECAPS/2019)

Este campo de estágio foi muito bom pois era uma unidade média, porém como a demanda desta era muito maior, precisava-se de uma unidade com mais algumas salas de procedimentos, pois a sala da enfermeira muitas vezes virava sala médica e tínhamos que remanejar a sala de enfermeira. Isto em vários momentos se tornou uma dificuldade, devido a agenda viver lotada, mas conseguimos lidar com este problema. Esta unidade tinha acabado de ser reformada, porém deveria ser ampliada pelo menos mais duas salas, para que a enfermeira tivesse sua sala, visto que a demanda dela era grande. (A4, ECAPS/2019)

Estrutura antiga precisando de reforma, mas equipe maravilhosa. (A10, ECAPS/2019)

A Unidade em si não tem uma estrutura adequada nem para os próprios funcionários trabalharem, realidade de muitas outras unidades em nossa cidade. Porém isso não impediu a realização das atividades, todos os funcionários nos receberam muito bem, havia uma divisão das salas para a realização das atividades, o que tornou o estágio extremamente proveitoso. (A1, ECAPS/2018)

A estrutura física de estágio não foi adequada, não tinha salas suficientes para prestar atendimento à população além de várias outras deficiências. (A8, ECAPS/2018)

A avaliação do trabalho de conclusão do curso (TCC) mostrou que o exercício das normas e a definição de critérios de avaliação, poderiam melhorar o seu desenvolvimento.

Minha sugestão em relação ao TCC é que na disciplina de metodologia científica do 4º ano deveria apresentar mais sobre as normas da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas] e a forma de elaboração do TCC, pois foram mais focadas nas teorias do que na elaboração, e senti essa necessidade na elaboração do meu, mas também vi vários colegas que tinha dificuldades de compreender como se elabora um Trabalho de conclusão de curso, por isso fica minha sugestão. (A2, TCC/2019)

Acredito que seria bom se fossem discutidos mais as configurações do TCC, a forma que o mesmo deve ser formatado, o que fazer após a entrega, pois são coisas que fizeram falta, pelo menos para mim. (A6, TCC/2019)

É necessário a criação de um formulário de avaliação das apresentações de TCC, visto que não tem um instrumento para se embasar no momento da avaliação. (A9, TCC/2019)

Estabelecimento de um instrumento avaliativo com notas discriminadas para cada item que deva compor um TCC, desta forma a avaliação dos acadêmicos poderá ser um pouco mais igualitária. Existe muita discrepância nos métodos avaliativos de uma banca para outra, e em alguns momentos soa injusto para os estudantes. (A12, TCC/2019)

E ressaltaram que, na construção do trabalho, o papel do professor foi positivo e determinante para a feitura da atividade de pesquisa.

[...], me orientou cada passo da pesquisa, sempre esteve presente, esclarecendo dúvidas, incentivando, e acreditando no meu potencial e potencial do trabalho que nós duas desenvolvemos. (A8, TCC/2018)

Tive muita dificuldade em conseguir artigos para minha discussão, mas minha orientadora me ajudou muito quanto a isso. (A10, TCC/2019)

[...] a minha orientadora foi esplêndida, e pude observar o tanto ela é uma excelente profissional até mesmo em conversas com meus colegas de curso, alguns os quais nem foram orientados quanto ao desenvolvimento do trabalho científico. (A8 TCC/2019)

Os dados quantitativos e qualitativos mostraram o painel das atividades que compõem a quinta série de um curso de graduação em que evidencia um momento insubstituível no processo de formação na graduação em enfermagem, quando o aluno pode exercitar o fazer profissional com autonomia, mas ainda com possibilidade de buscar recursos para solução de problemas com o enfermeiro do serviço e com o professor supervisor/orientador, assim como exercitar o fazer investigativo por meio do TCC.

DISCUSSÃO

O formato do ECS exige que se estabeleça relação efetiva entre os estagiários e os enfermeiros dos serviços e suas equipes. Os dados mostraram que se a construção foi de forma positiva, interferia da mesma maneira no desempenho dos alunos. Sabe-se que as condições dos ambientes de cuidado e seu processo de trabalho nem sempre comportam espaço e tempo da assistência para abrigar o processo pedagógico necessário para a formação dos enfermeiros, por isso a relação que a escola e os professores estabelecem com os serviços de saúde e seus profissionais, é necessária para mediar as dificuldades, como mostrado pelas respostas dos estagiários neste estudo.

Dificuldades no ECS foram localizadas no distanciamento entre metodologia teórica e prática, associado a experiência do estágio ser insuficiente para a formação profissional. Em face dos desafios é necessária a integração das disciplinas teórico práticas e a articulação entre as instituições de ensino e serviços de saúde para que a integralidade seja incorporada na formação dos acadêmicos de enfermagem.13

Não é exclusivamente momento de juntar teoria e prática, mas de exercício de transformação pessoal e da realidade vivida constituindo-se em práxis para a construção de perfis profissionais críticos que busquem uma sociedade justa.14 A articulação teoria e prática é unanimidade no conceito de ECS como aquele espaço de transição entre o vivido na instituição de ensino e a prática profissional.14-18

O papel do enfermeiro no ECS é fundamental,19 mas ele, por vezes carece de preparação para desenvolvê-lo, assim como pode estar distante da instituição de ensino; a presença dos professores nos campos de ECS é decisiva para solução dos obstáculos enfrentados, assim como sua articulação com o enfermeiro preceptor de forma que a aprendizagem seja qualificada; é indispensável o fortalecimento do vínculo entre instituições de ensino e saúde para criar um ambiente positivo para o desenvolvimento do ECS.14

O interesse e a disposição dos enfermeiros em supervisionar os acadêmicos e a empatia, permeada pela segurança desses profissionais em passar informações durante o ECS foram determinantes. O ECS auxilia no crescimento, tanto dos estagiários, quanto dos enfermeiros e o estreitamento dos laços entre instituição e serviço torna mais eficiente este momento.20 Neste estudo, os alunos valorizaram a relação com os enfermeiros dos serviços como determinante no seu desempenho, em especial na APS.

O ECS potencializa a vivência do cotidiano do trabalho ao exigir tomada de decisões, resolução de conflitos sem a presença constante do professor, como marco importante para a caminhada do recém-formado que se lança ao mundo de trabalho. Por isso, passar por este momento acompanhado por quem já o vivenciou e possui expertise é decisivo, assim como o apoio do professor nos momentos necessários facilita a profissionalização e dá sensação de segurança na contradição do agradável/desagradável de se fazer enfermeiro.18

A adequada condução e realização do estágio supervisionado, deve ser a imagem objetivo de professores, serviço e estudantes, pois embora os conflitos vivenciados pelos estudantes sejam reais e explícitos17 “é perceptível o quanto esta exposição ao cotidiano do enfermeiro tende a fortalecê-lo em seu processo de formação, impelindo-o na transposição de seus limites e lançando-o ao enfrentamento e superação desta transição”.18:122

Em relato de experiência de ECS na Estratégia de Saúde da Família (ESF) destacou-se como neste estudo, a vivência das reais atribuições da enfermeira, a elaboração e execução de plano de trabalho com resultados impactantes à população do território. Além de permitir adquirir habilidades e competências que remetem para atuação profissional como enfermeira, e autonomia para realizar atividades privativas e inerentes a atuação da enfermeira na APS.15

No ECS é possível desenvolver e aprimorar habilidades e competências que estão propostas no perfil profissional, como as assistenciais, gerenciais e educativas, assim como as atividades privativas do enfermeiro que requerem maior ênfase na graduação. A escuta dos alunos é importante para o levantamento das potencialidades e fragilidades de todo o processo de formação.21

Em relato de experiência sobre o ECS, destacou-se a importância da inserção dos estudantes em diferentes espaços “[...] da rede de serviços-rede de atenção básica, hospitais e clínicas, quanto em escolas, empresas e comunidades, reconhecendo nos espaços onde as pessoas vivem, trabalham, ensinam e aprendem, se organizam e se divertem os múltiplos determinantes da saúde” para fortalecer a formação de profissionais em enfermagem, além de consolidar as relações de parceria entre as instituições formadoras, os profissionais, gestores e sujeitos que recebem os cuidados em saúde.22:936

Estudo mostrou que são diversos os cenários de desenvolvimento do ECS, os quais contemplam as duas principais áreas de atenção à saúde no Brasil – a atenção primária e hospitalar; se amparam em metodologias ativas de ensino situando o aluno no centro do processo formativo e da avaliação da aprendizagem. Embora a integração ensino-serviço deva ser efetiva, há predomínio da supervisão docente.19

A avaliação do TCC, neste estudo mostrou necessidade de maior clareza nas avaliações e mais destaque sobre orientações normativas. Além disso, nem todos os alunos consideraram seu desempenho excelente, assim como o do orientador. Como visto, o TCC é atividade recente e tem se desenvolvido em diferentes tempos nas escolas.

Nem sempre os professores são experientes nesta tarefa, mas o acompanhamento dos alunos visualizando o desenvolvimento e crescimento no processo de criação de seus Trabalhos de Conclusão de Curso é gratificante para professores comprometidos. Entretanto, fazer o TCC “transita na luta dos contrários, prazer e sofrimento. Melhor dizer sofrimento e prazer, pois, na jornada que representa, os momentos prazerosos são momentos mesmo e o sofrimento é mais evidente e permanente”.6:114

Se para o professor é só mais um trabalho a começar e terminar, para o aluno é novo e desafiador; por vezes os professores esquecem o necessário recomeço com cada aluno passando a exigir sempre mais de cada nova turma esquecendo que para os novos alunos, a pesquisa representa estar em frente ao inusitado. Por isso é importante a valorização em todas as etapas considerando-se que se pudesse escolher, o aluno diante da distância que ele vê com o cotidiano do trabalho, ele deixaria de cumprir. Fazer o TCC exige, portanto, estímulo e apoio em todas as etapas se a meta for formar profissionais que reconheçam e valorizem o que a pesquisa pode oferecer para a qualidade do cuidado e o desenvolvimento da profissão.6

Estudo mostra que os alunos não consideram o TCC importante e evidenciam prejuízos a saúde mental dos alunos, que, entretanto, não podem ser exclusivamente atribuídos ao TCC, mas exige que se esclareça a importância e objetivo das pesquisas para o avanço da profissão; a oferta de apoio à saúde mental foi outro fator indicado para reverter essa visão negativa do TCC.23

O TCC está estreitamente ligado ao desenvolvimento da pesquisa na enfermagem que se iniciou com a criação dos cursos de pós-graduação e ainda enfrenta desafios para que se torne parte efetiva do processo de formação. A inserção nas atividades de pesquisa e/ou extensão, em outro estudo, se relacionavam à ocupação quando 71,41% dos alunos trabalhavam. Outras dificuldades se voltavam à residência em cidades vizinhas, implicando na viagem diária para estudar e retornar após as aulas. Tal condição dificultava a participação em reuniões de extensão e de pesquisa, fora dos horários em que se encontravam na instituição, mas afirmavam ter vivenciado alguma experiência durante a graduação.24 É importante salientar que a pesquisa científica embasa a prática assistencial do enfermeiro e o orientador de TCC é um elemento facilitador e valorativo da experiência inicial nessa atividade. Além disso, o ensino na enfermagem isolado da pesquisa a descontextualiza com o trabalho dos profissionais.25

Ressalta-se a importância do entrelaçamento entre ensino, pesquisa e extensão como forma de valorizar a pesquisa. E as metodologias empregada pelas ligas acadêmicas de enfermagem, contribuem para o fortalecimento desse tripé. Nelas os estudantes são motivados a participar pelo desejo de ter outras experiências no campo da enfermagem, inserção precoce no território, qualificação do currículo e reforço no ensino e aprendizagem. Assim, elas se constituem em experiências potentes na transformação do cenário de práticas de saúde, mediadas por ações de ensino, pesquisa, extensão, assistência e transformação social, contribuindo assim, para a formação em enfermagem.26 A pesquisa, desde a graduação é importante para o avanço da ciência da enfermagem, para o aporte de conhecimentos assim como coadjuvante na promoção e prevenção de doenças e melhoria da qualidade da atenção e cuidados e no enfrentamento dos problemas sociais.27

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ECS na APS e na AH foram momentos que permitiram, oportunamente, reviver situações necessárias para a formação do enfermeiro, por meio da compreensão e desenvolvimento de processos de trabalho, além de adquirirem e aperfeiçoarem habilidades técnicas que fundamentam e permeiam o exercício profissional em saúde, o qual é desenvolvido em equipe e, portanto, no âmbito da enfermagem, coube aos acadêmicos cultivarem o espírito de liderança. Nesta perspectiva, o ECS na APS foi percebido como uma experiência mais positiva em relação à AH, sem desmerecer a esta, pois o estágio na AH também alcançou seu objetivo. Entretanto, a notória compreensão do papel do enfermeiro na saúde coletiva corroborou para esse resultado.

No que tange à atuação docente, é decisiva para uma boa experiência no ECS, pois cabe ao professor traçar e incentivar a condução dos processos de ensino e aprendizagem junto ao serviço e, consequentemente, aos profissionais que o compõe. Sua frequente atuação mesmo que indireta, porém presente como no caso de mensagem por celular é fator de segurança para o desenvolvimento das atividades realizadas pelo estagiário, que durante esse momento de formação precisa se distanciar da presença física do professor e conquistar sua autonomia pedagógica/profissional.

No que tange ao TCC, em que a relação com o professor orientador é relativamente próxima foi evidenciado a necessidade da formalização de critérios avaliativos para que exista homogeneidade na condução da avaliação e nota final. Reitera-se que, a positiva avaliação do TCC revela o amadurecimento da ciência da enfermagem propiciada pelo avanço dos cursos de pós-graduação da área e do empenho na criação e manutenção de grupos de pesquisa.

Destaca-se que este estudo foi realizado com um curso de Enfermagem nos anos de 2018 e 2019, portanto, para o conhecimento das potencialidades e fragilidades da formação em questão cabe o frequente acompanhamento das impressões observadas e, em contrapartida, a busca de soluções para as fragilidades encontradas. Da mesma forma, sugere-se que outros estudos sejam realizados e com outros cursos, em vista de qualificar a formação, em específico da enfermagem e da área da saúde.

Os achados podem ser tomados como parâmetros de comparação com outros cursos, cujos projetos pedagógicos sejam disciplinares, mas devem se guardar as devidas ressalvas quanto às peculiaridades da realidade estudada. Entretanto, sustentam que o ECS e o TCC são etapas conclusivas importantes do processo de formação de enfermeiros. 

REFERÊNCIAS

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2 Ministério da Educação (BR). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução Nº 4, de 6 de abril de 2009. Dispõe sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação em Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Terapia Ocupacional, bacharelados, na modalidade presencial. Brasília; 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf

3 Esteves LSF, Cunha ICKO, Bohomol E, Negri EC. Supervised internship in undergraduate education in nursing: integrative review. Rev Bras Enferm. (Online). 2018; 71(Suppl 4):1842-53. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0340

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11 Bardin L. Análise de conteúdo. 3ª ed. São Paulo: Edições 70; 2016.

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26 Araujo CRC, Lopes RE, Dias MAS, Ximenes Neto FRG, Farias QLT, Cavalcante ASP. Contribution of academic leagues for nursing formation. Enferm. foco (Brasília). 2019;10(6):137-42. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2019.v10.n6.2802

27 Miguel B, Messias CM, Santos LOP. Trabalho de conclusão de curso praticando pesquisa científica no curso de enfermagem: uma revisão integrativa. Revista de Enfermagem UFJF. 2019;5(2):1-11. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/enfermagem/article/view/3883/21537

Recebido em: 21/05/2021

Aceito em: 23/11/2022

Publicado em: 08/12/2022



[1] Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cascavel, Paraná (PR). Brasil (BR). E-mail: rmrodri09@gmail.com ORCID: 0000-0002-7047-037X

[2] Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cascavel, Paraná (PR). Brasil (BR). E-mail: acereis75@gmail.com ORCID: 0000-0003-0190-045X

[3] Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cascavel, Paraná (PR). Brasil (BR). E-mail: gmachineski@gmail.com ORCID: 0000-0002-8084-921X

[4] Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cascavel, Paraná (PR). Brasil (BR). E-mail:barhart@outlook.com.br ORCID: 0000-0002-8321-9360

[5] Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cascavel, Paraná (PR). Brasil (BR). E-mail:nelsitonini@hotmail.com ORCID: 0000-0003-4704-7634

[6] Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cascavel, Paraná (PR). Brasil (BR). E-mail: solangeconterno@gmail.com ORCID: 0000-0003-2493-8071

 

Como citar: Rodrigues RM, Reis ACE, Machineski GG, Barhart JBL, Tonini NS, Conterno SFR. Estágio Curricular Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso em Enfermagem: bacharelado e licenciatura. J. nurs. health. 2022;12(1):e2212121171. Disponível em: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/JONAH/article/view/4130





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