Soares DC, Cecagno D, Quadros LCM, Spagnolo LML, Cunha TN, Fritzen FM. Tecnologias da informação e comunicação na educação em saúde acerca do Coronavírus: relato de experiência. J. nurs. health. 2020;10(n.esp.):e20104027

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/19283

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Tecnologias da informação e comunicação na educação em saúde acerca do Coronavírus: relato de experiência

Information and communication technologies applied to health education related to Coronavirus: experience report

Tecnologías de la información y comunicación en educación sanitaria relacionadas con Coronavirus: reporte de experiencia

Soares, Deisi Cardoso[1]; Cecagno, Diana[2]; Quadros, Lenice de Castro Muniz de[3]; Spagnolo, Lílian Moura de Lima[4]; Cunha, Tuany Nunes[5]; Fritzen, Fabiano Milano[6]

RESUMO

Objetivo: relatar a experiência de docentes da Universidade Federal de Pelotas quanto ao uso de tecnologias de informação e comunicação no desenvolvimento de atividades de educação em saúde para trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores, quanto à prevenção do Coronavírus. Método: relato de experiência sobre ação de educação em saúde, realizada entre abril e maio de 2020, utilizando-se infográficos e podcasts como material educativo que foram disseminados por intermédio de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas de texto para celulares. Resultados: os materiais educativos sobre as medidas de prevenção ao Coronavírus foram produzidos pelos docentes e disponibilizados online para as associações e sindicatos de motoristas de Pelotas e outras regiões do Brasil. Conclusões: a ação foi considerada bem-sucedida, em virtude da ampla difusão do material produzido para diferentes regiões do Brasil.

Descritores: Educação em saúde; Infecções por coronavírus; Tecnologia da informação; Categorias de trabalhadores; Relatos de casos

ABSTRACT

Objective: to report the experience of teachers at the Federal University of Pelotas regarding the use of information technologies and communication in the development health education activities for workers in the individual transport passengers and delivery personnel, regarding the prevention of Coronavirus. Method: experience report on health education action, carried out between April and May 2020, using infographics and podcasts as educational material that were disseminated through social networks and instant messaging applications for mobile phones. Results: the educational materials on Coronavirus prevention measures were produced by teachers and made available online for drivers' associations and unions in Pelotas and other regions of Brazil. Conclusions: the action was considered successful, due to the wide dissemination of the material produced to different regions of Brazil.

Descriptors: Health education; Coronavirus infections; Information technology; Occupational groups; Case reports

RESUMEN

Objetivo: informar sobre la experiencia de profesores de la Universidad Federal de Pelotas con respecto al uso de las tecnologías de la información y la comunicación en el desarrollo de actividades de educación sanitaria para los trabajadores en el transporte individual de pasajeros y el personal de entrega, en relación con la prevención del Coronavirus. Método: informe de experiencia sobre acciones de educación para la salud, realizado entre abril y mayo de 2020, utilizando material educativo que se difundió por medio de redes sociales y aplicaciones de mensajería instantánea para teléfonos celulares. Resultados: los materiales educativos sobre las medidas de prevención del Coronavirus fueron producidos por profesores y puestos a disposición en línea para las asociaciones y sindicatos de conductores en Pelotas y otras regiones de Brasil. Conclusiones: la acción se consideró exitosa debido a la amplia difusión del material producido a diferentes regiones de Brasil.

Descriptores: Educación en salud; Infecciones por coronavirus; Tecnología de la información; Grupos profesionales; Informes de casos

INTRODUÇÃO


Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS)1 foi informada de que havia casos de pneumonia na cidade de Wuhan/China sendo identificado um novo tipo de Coronavírus, descrito mais tarde como Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-COV-2), causador da doença Coronavirus Disease 2019 (COVID-19).2 Por se tratar de uma emergência de saúde pública de importância internacional, em 11 de março a OMS caracterizou a COVID-19 como uma pandemia.1 Em âmbito mundial, até o dia 01 de julho de 2020, haviam 10.514.028 casos confirmados e 512.311 óbitos.1 No Brasil, neste mesmo período, havia 1.448.753 casos confirmados e 60.632 óbitos.3

O SARS-COV-2 é responsável por quadros clínicos que podem variar desde infecções assintomáticas a problemas respiratórios graves.4 A transmissão ocorre por contato ou por via respiratória por gotículas e os sintomas podem variar de um simples resfriado a quadros de pneumonia severa.4

Por se tratar de uma doença infecciosa e de rápida propagação, ressalta-se a importância em informar a população acerca das estratégias de prevenção e controle.  Nesse sentido, a OMS lançou medidas de precaução que se aplicam para toda comunidade com o intuito de evitar a contaminação pelo vírus, bem como sua propagação. Dentre elas, estão as medidas de etiqueta respiratória, o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização das mãos.1

Destaca-se que a pandemia, no que diz respeito à prevenção, torna-se discriminatória para alguns grupos sociais, como o de trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores por aplicativo, os quais desempenham atividades essenciais durante esse período e não conseguem manter o distanciamento social recomendado.5

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que para o ano de 2019, o percentual de trabalhadores informais é de 41,1%.6 Quanto a essa classe, a Organização Internacional do Trabalho enfatiza que o Brasil, assim como a Índia e a Nigéria, integram a lista dos países mais afetados pelas medidas de contenção relacionadas à pandemia.7 No que diz respeito ao trabalho por aplicativos, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua  do IBGE, em 2018, apontam que o Brasil possuía 3,6 milhões de pessoas trabalhando como motoristas de aplicativo, táxi ou ônibus e 10,1 milhões de pessoas trabalhando em local designado pelo patrão ou freguês, grupo que inclui os entregadores em geral. Para o IBGE, os números refletem o crescimento dos serviços de transporte de passageiros e entregas por aplicativos de celular.8

Contudo, em contraste aos dados do IBGE, as plataformas não divulgam informações sobre sua base de trabalhadores cadastrados, o status desses na plataforma (ativos ou inativos) ou sua rotatividade, por exemplo, o que demanda empreender a busca por dados primários diretamente junto a essa categoria de trabalho. Assim, em pesquisa recente na cidade de Pelotas/Rio Grande do Sul, identificou-se que aproximadamente 76% dos entregadores e motoristas por aplicativo da cidade afirmam retirar dessa modalidade de trabalho sua única renda.9

Tendo em vista que os trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores estão ativos e que contribuem para que a comunidade cumpra o distanciamento social, enfatiza-se que as estratégias de educação em saúde, destinadas a este público, são essenciais no enfrentamento da COVID-19, a fim de intensificar a adoção das medidas preventivas por este grupo de trabalhadores. Destaca-se a potencialidade da adoção da modalidade online, com o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e suas ferramentas para alcançar, no contexto deste relato, os trabalhadores de forma efetiva com as ações de educação em saúde em tempos de pandemia.10-11

Diante o exposto, o objetivo deste estudo foi relatar a experiência de docentes da Universidade Federal de Pelotas quanto ao uso de tecnologias da informação e comunicação no desenvolvimento de atividades de educação em saúde para trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores, quanto à prevenção do Coronavírus.

MÉTODO

O presente artigo é um relato da experiência de uma atividade de educação em saúde, realizada no período de abril a maio de 2020, com a temática de ações para enfrentamento ao Coronavírus para profissionais que atuam como motoristas de táxi, aplicativos, mototaxistas e entregadores. Utilizou-se como estratégia as TICs, por meio de infográficos e Podcasts. Participaram da atividade quatro docentes da Faculdade de Enfermagem e um docente da Faculdade de Administração e de Turismo, ambas vinculadas à Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

A atividade foi iniciada a partir de demanda da Faculdade de Administração e de Turismo, que desenvolve um projeto de extensão voltado aos trabalhadores por aplicativo, sejam eles motoristas do transporte privado de passageiros ou entregadores. Não obstante, a categoria dos taxistas e mototaxistas, dada a similitude das atividades que desempenham, também foi beneficiada pelas ações do projeto. Assim, diante da pandemia da COVID-19, o coordenador do referido projeto identificou a necessidade de prover esclarecimentos sobre as medidas de prevenção no contexto destes trabalhadores, os quais estão expostos ao contato com múltiplos usuários dos serviços que prestam. Essa demanda propiciou o contato com docentes da Faculdade de Enfermagem que produziram o material educativo no formato de infográficos, vídeos e podcasts, que foram disponibilizados aos profissionais supracitados.

O formato eletrônico dos materiais produzidos caracteriza-se como uma demanda particular dessa categoria de trabalhadores que, por conhecerem e utilizarem de forma corrente, mesmo antes da pandemia, aplicativos de mensagens, vídeo e voz pela web, como Whatsapp®, poderia impulsionar a disseminação eletrônica, tornando-a mais indicada. Por sua vez, o advento da pandemia transformou a interação social mediante tecnologias de informação de uso frequente, sobretudo telefones celulares, no principal meio usado pelas pessoas, governos e instituições de saúde para trabalhar, interagir, compartilhar informações, gerar e dividir conhecimento, e se comunicar.12

Para a construção do material disponibilizado, realizou-se, primeiramente, o levantamento das principais necessidades elencadas pelos profissionais por meio de seus relatos em aplicativo de mensagem instantânea e reuniões online com a liderança da Associação de Motoristas por Aplicativo de Pelotas (AMAPEL). Dentre as necessidades elencadas, destaca-se: a) procedimentos ao chegar em casa após o trabalho; b) cuidados com o manuseio de dinheiro e máquinas de cartão; c) cuidados para o uso correto da máscara; d) como higienizar o carro; e) cuidados nas entregas; f) cuidados direcionados para motoristas de aplicativo e taxistas; g) cuidados para motoristas de mototáxi e bike-entrega; e, h) cuidados para passageiros em carro ou moto.

Em seguida, prosseguiu-se a busca de literatura confiável para fundamentar a construção, com a revisão da literatura sobre medidas de bloqueio para a COVID-19.1,13 Na sequência, fez-se o preparo de material escrito para compor o conteúdo dos infográficos, por meio da utilização de ferramentas como Software Corel Draw®. De posse dos infográficos prontos, estes serviram de base para a gravação dos Podcasts, atividade realizada por um colaborador externo à UFPel. Finalizado o processo de construção dos infográficos e Podcasts eles foram disponibilizados aos profissionais motoristas, por intermédio do Whatsapp®, e mídias sociais disponíveis como, por exemplo, a página oficial do projeto no Instagram (instagram.com/app_seguro/).

Cabe salientar que os momentos de elaboração do material, mesmo que de forma online, foram permeados pelo diálogo e pelo saber de cada um, sempre tendo como fio condutor, a educação libertadora,14 na qual é indispensável a autonomia e a conscientização para que a transformação aconteça. Nesse sentido, quando o sujeito se torna coparticipante, pode problematizar sua realidade, e por meio desta prática, (re)olhar seu contexto e (re)inventar-se, transformando sua prática.14

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante do atual cenário e da necessidade de isolamento social em virtude da COVID-19, a categoria de trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores sofreram consequências devido a alterações da sua já precarizada condição de trabalho. Essa categoria de trabalhadores se constitui na informalidade, no qual não há regras trabalhistas, seja de horas de repouso, de assinatura de carteira de trabalho, inferindo diretamente na contribuição da previdência social e na sua percepção de futuro.15 Nesse contexto, as medidas de isolamento social ocasionam, por um lado, a diminuição da demanda pelo serviço de transporte. Em contrapartida, os motoristas enfrentam jornadas de trabalho mais longas para compensar as perdas financeiras desencadeadas pelo menor número de viagens. Já, no que diz respeito a modalidade delivery, os entregadores viram a concorrência aumentar, visto que outros trabalhadores adotaram esse sistema em decorrência do significativo aumento da demanda. Diante disso, é condição ímpar a realização de atividades educativas sobre a temática da COVID-19, que visem desmistificar as medidas de controle, bem como a manutenção da saúde da força de trabalho.

Nas Figuras 01 e 02 estão os oito Infográficos produzidos para os trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores. Os três Podcasts e oito vídeos que foram produzidos a partir dos infográficos podem ser acessados através dos links https://bit.Iy/2CPRDnG e https://bit.ly/3eJI9HS.

Figura 01: Infográficos com orientações quanto ao uso correto da máscara e cuidados essenciais no contexto da COVID-19 para os trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

Figura 02:Infográficos com orientações quanto aos cuidados para realização de entregas e higienização dos objetos e meios de transporte no contexto da COVID-19 para os trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

Embora não se tenha o número exato de pessoas que acessaram os materiais produzidos, acredita-se que a multiplicação em grupos de Whatsapp® de motoristas, incontáveis a nível de Brasil, teve impacto positivo junto aos mesmos. Isto porque, ao acessarmos as organizações que representam estes grupos, teve-se a pretensão de que estas se tornassem disparadoras do material produzido.

Os infográficos e os podcasts foram disponibilizados à população alvo de Pelotas por meio de contato online com a AMAPEL. Igualmente, outras organizações de trabalhadores por aplicativo receberam o material como a Federação dos Motoristas por Aplicativo do Brasil (FEMBRAPP) a qual congrega 32 associações em 16 estados do país e da qual a AMAPEL é membro. Além da FEMBRAPP, o Sindicato dos Trabalhadores com Aplicativos de Transporte Terrestre de São Paulo recebeu o material e encarregou-se de encaminhar à Federação Nacional de Motoristas por Aplicativo (FENAMAPP) da qual faz parte. Essa federação reúne sindicatos de motoristas por aplicativo em cinco diferentes estados brasileiros. Ressalta-se que a utilização das TICs possibilitou a ampla divulgação do material educativo com alcance em diferentes regiões do Brasil.

Corroborando com os resultados alcançados, um estudo reflexivo realizado acerca da educação online e a utilização das TICs enfatiza que estas ferramentas disponíveis facilitam o repasse de informações, a comunicação e o alcance de metas, beneficiando o público alvo.10 Neste sentido, acredita-se que a utilização das TICs na prática da educação em saúde promove um maior alcance do conhecimento produzido, visto a rapidez de disseminação, indo além das barreiras geográficas e físicas.

Estudo aponta que a educação precisa acompanhar a evolução das TICs, afirmando que um sistema educativo que diversifica métodos e ferramentas, que conhece as necessidades dos educandos, que possibilita interação com o objeto de aprendizagem e pode contribuir com a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, influenciando positivamente para um bom aproveitamento.11

Salienta-se que diversificar métodos e objetos de aprendizagem, envolvendo o uso da tecnologia disponível, possibilita ampliar o conhecimento, bem como o pensamento crítico, o debate,  a criatividade, a  colaboração e incorporação do objeto de estudo, além de potencializar reflexões a respeito da experiência social imposta pela pandemia.10 Em analogia ao contexto deste relato, tem-se a utilização dos aplicativos como meio de disseminação de conhecimento, os quais vêm sendo amplamente utilizados pelo público-alvo deste estudo. Esses podem ser utilizados como aliados na disseminação de ações protetivas, contribuindo de forma significativa para o aumento da segurança em relação ao próprio trabalho durante a pandemia.

Cabe ressaltar que foram percebidas, na fase de levantamento das necessidades, fragilidade e insegurança dos profissionais quanto ao uso correto das máscaras, sobre a higienização das mãos, sobre a correta forma de higienizar o veículo ou bicicleta, como proceder ao chegar em casa com as vestimentas e higiene corporal, dentre os demais temas dos infográficos (Figura 01). Ressalta-se que estes achados relacionados com a fragilidade no conhecimento de medidas básicas para a prevenção da COVID-19 corroboram com estudo realizado com profissionais de saúde, em um município do sul do Brasil, no qual também se utilizou estratégias de educação em saúde para atingir o público alvo.16

A saúde do trabalhador motorista foi alvo de alguns estudos, que apontam diferentes causas que desencadeiam doenças físicas e mentais capazes de interferir tanto na atividade ocupacional dos trabalhadores, como também na qualidade de vida.17-19 Um desses estudos sugere a elaboração de projetos construtivos que possam contribuir para a diminuição de doenças e melhor bem-estar do motorista.17

Esses achados vêm ao encontro do que foi realizado junto ao público-alvo deste relato, visto que a atividade de educação em saúde teve a intenção de ampliar o conhecimento do trabalhador motorista e entregador acerca de medidas preventivas, no combate a pandemia da COVID-19. E dessa forma, propiciar maior segurança para si e aos usuários destes serviços, diminuindo os riscos de contágio, bem como o estresse causado pelo momento vivenciado.

Embora não houvesse, inicialmente, a intenção de avaliar a ação educativa realizada, recebeu-se feedback positivo diante a repercussão das atividades entre os trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores. Relato obtido espontaneamente pelos representantes das organizações para as quais os materiais foram enviados: “Essa modalidade de animação é muito atrativa. O pessoal para pra assistir. Achei show” (Motorista de São Paulo). “Material maravilhoso” (Motorista do Piauí). “Agruparam-se todas as orientações que o motorista pode ter. Isso foi muito legal” (Motorista da Bahia).

Outro fato que merece destaque foi a articulação entre as duas Unidades Acadêmicas envolvidas, a Faculdade de Enfermagem e a Faculdade de Administração e de Turismo, ambas vinculadas à UFPel. Este contato oportunizou estreitar laços entre os professores envolvidos, ampliar o conhecimento acerca do tema, o engajamento no projeto de extensão mencionado, além de tornar evidente que a união de esforços pode potencializar o cumprimento da missão Institucional que busca a formação integral e permanente do profissional comprometido com a construção da cultura e com progresso da sociedade.20

Ressalta-se que os resultados obtidos com a ação de educação em saúde corroboram com o referencial escolhido,14 bem como ao princípio de que as ações educativas podem ampliar a autonomia do indivíduo. Além disso, visam diminuir agravos ou riscos à saúde e oportunizar melhoria da qualidade de vida individual e coletiva.21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência dos professores, das Faculdades de Enfermagem e de Administração e Turismo da UFPel, em desenvolver ação de educação em saúde, utilizando como ferramenta as tecnologias de informação e comunicação, para alcançar o público alvo de trabalhadores do transporte individual de passageiros e entregadores, quanto à prevenção da COVID-19, foi considerada bem sucedida, pelo grupo de envolvidos. Tal percepção se deu em virtude da ampla difusão da ação por intermédio das mídias sociais realizada pelas associações de motoristas de diferentes regiões do Brasil. Além do feedback positivo recebido por intermédio das associações de motoristas.

Considerando-se os resultados deste relato, em meio a inúmeros sentimentos gerados pela crise mundial da COVID-19, as atividades de educação em saúde aliadas às TICs, podem contribuir para o enfrentamento da pandemia, alcançando o público-alvo em larga escala pela capacidade de difusão com a utilização das mídias sociais. Diante disso, recomenda-se que, para além do período de pandemia, sejam amplamente realizadas atividades de educação em saúde com a utilização das TICs, para que o maior número de pessoas possa receber, em suas mídias sociais, informações úteis para a promoção da saúde e prevenção de agravos.

Tem-se como limitação do presente relato de caso a não aplicação de avaliação formal dos materiais construídos junto aos trabalhadores. A avaliação se deu apenas por meio de feedbacks espontâneos, sem padronização das respostas. Destaca-se ainda a necessidade de pesquisas na área visto que há poucos estudos publicados sobre a temática no contexto brasileiro.

REFERÊNCIAS

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Data de submissão: 25/07/2020

Data de aceite: 19/09/2020

Data de publicação: 23/09/2020



[1] Enfermeira. Doutora em Ciências. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: soaresdeisi@gmail.com http://orcid.org/0000-0002-9800-5998

[2] Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: cecagnod@yahoo.com.br http://orcid.org/0000-0002-4208-3006

[3] Enfermeira. Doutora em Epidemiologia. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: lenicemuniz@hotmail.com http://orcid.org/0000-0001-9775-5394

[4] Enfermeira. Doutora em Ciências. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: lima.lilian@gmail.com http://orcid.org/0000-0003-2070-6177

[5] Enfermeira. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: tuanynunes@hotmail.com http://orcid.org/0000-0001-9668-4934

[6] Bacharel em Administração. Mestre em Educação Ambiental. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: fmfritzen@gmail.com http://orcid.org/0000-0002-0674-3898





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