Socialização e percursos (e)migratórios em Portugal: uma análise a partir de retratos sociológicos

João Teixeira Lopes, José Pedro Silva, Rafaela Ganga, Rui Gomes, Henrique Vaz, Luísa Cerdeira, Belmiro Cabrito, Dulce Magalhães, Maria Lourdes Machado Taylor, Paulo Peixoto, Rui Brites, Sílvia Silva, Tomás Patrocínio

Resumo


Este artigo pretende estudar a ligação entre socialização e emigração qualificada, partindo de uma amostra intencional de cidadãos portugueses que estavam ou estiveram em mobilidade ou emigrados em um país europeu nos últimos seis anos, com habilitações acadêmicas do ensino superior, ou que tivessem exercido uma atividade profissional correspondente a esse nível acadêmico. Nesse sentido, elaboramos vinte retratos sociológicos que permitem, à escala individual, analisar os processos de socialização que favorecem a fuga de cérebros, através da criação/mobilização de disposições sociais migratórias, conectadas ou não com processos de mobilidade social e/ou cultural. Concluiu-se que, ainda que se observem casos de heterogeneidade ou mesmo de ruptura disposicional, a maioria dos retratados constitui casos de coerência disposicional favorável à emigração. A emigração qualificada parece acontecer como consequência de um reforço entre disposições favoráveis às quais se soma a vontade em concretizar projetos pessoais profissionais que em Portugal não encontram terreno fértil.

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