Cadernos de Educação Nº 21
Resumo
O número de Cadernos de Educação que ora publicamos é dedicado à memória de um sábio intelectual, colega e amigo de muitos professores da Faculdade de Educação, de Pelotas e da Região. Falamos do Prof. Dr. Presbítero Cláudio Neutzling, pedagogo, teólogo e filósofo que marcou profundamente uma geração. Cláudio foi companheiro de jornada da Faculdade de Educação – atuando nos Cursos de Especialização e Mestrado – razão pela qual, neste momento, registramos, neste número de Cadernos de Educação, não apenas nossa gratidão pelo trabalho aqui realizado, mas o reconhecimento, por toda a comunidade acadêmica desta Faculdade, da grandeza intelectual da qual Cláudio nunca abriu mão. Para prestar nossa homenagem ao companheiro, combatente do bom combate, reabrimos a seção “Memórias”, onde publicamos os ensaios de Neiva Afonso Oliveira e Gomercindo Ghiggi e a transcrição do “Curso de Alfabetização” que, no longínquo ano de 1970, Cláudio elaborou como subsídio aos processos de alfabetização de adultos que ele então liderava no Bairro Cruzeiro do Sul, em Pelotas.
No momento em que dedicamos este número a Cláudio Neutzling, não podemos deixar de partilhar também a alegria das conquistas. O Grupo de Avaliação de Periódicos da ANPEd divulgou faz pouco os resultados do processo de Avaliação de Periódicos Científicos da Área da Educação – Etapa 2003, atribuindo a Cadernos de Educação o conceito Nacional A. É uma conquista que a dividimos com todos aqueles que têm sido parceiros nesta empreitada. Na avaliação anterior, quando obtivemos classificação Nacional C, afirmamos que o resultado nos deixara satisfeitos, mas não conformados. Desde sempre, acreditamos na parceria com leitores e colaboradores, e mantivemos a convicção de que seria possível almejar conquistas mais significativas. Agora, no momento em que demos mais esse passo, é imperioso reconhecer e reafirmar que ele é fruto dessa cumplicidade que queremos sempre cultivar, aprofundar e – por que não? – prosseguir caminhando.
E é na esteira da homenagem a Cláudio Neutzling e na comemoração pelo resultado da Avaliação Nacional máxima atribuída a Cadernos de Educação que este número traz, primeiramente, um bloco de três artigos de fundamental importância para a educação. Maria Tereza Estrela reflete o Pensamento Ético-deontológico de Professores em Estudos Portugueses. A autora posta-se perante “a crise de valores que se nota em toda a sociedade, a opinião pública” e analisa a tendência da sociedade atual a “culpabilizar as escolas e os professores por falharem a educação moral e cívica dos alunos”. A autora avança em sua reflexão e descobre que “os professores concebem a sua profissão como sendo essencialmente ética e tendem a superar a antinomia entre racionalidade técnica e prática”. Maria Isabel da Cunha, por sua vez, aborda Pesquisa e Pós-Graduação: o sentido político e pedagógico da formação, referindo-se à “pesquisa como processo de formação, recuperando seu caráter pedagógico de estímulo ao pensamento dos sujeitos.” A autora defende a “pesquisa como diálogo que procura a construção de uma atitude comunicacional, construindo comunidades discursivas.” Com o texto intitulado Os jesuítas e a formação educacional do povo brasileiro, Wilson Alves de Paiva busca “contribuir para a pesquisa e a discussão em torno da tarefa educativa no período colonial brasileiro.”
Num segundo momento, apresentamos um bloco de sete textos que investigam no campo da Educação Infantil. São eles: Culturas infantis e dimensões da socialização no cotidiano de uma creche domiciliar, de Ana Cristina Coll Delgado; Linguagens geradoras: um critério e uma proposta de seleção e articulação de conteúdos em educação infantil, de Gabriel de Andrade Junqueira Filho; As cores da complexidade: A cor de pele, de Georgina Helena Lima Nunes; Formação de educadoras das escolas de educação infantil: Saberes necessários à integração à vida, de Márcio Xavier Bonorino Figueiredo; Casa, rua e escola: um estudo sobre crianças num bairro da periferia de Pelotas-RS, de Patrícia Pereira Cava e Rogério Costa Würdig; Limites e horizontes na educação da infância, de Euclides Redin; e Imaginário e culturas da infância, de Manuel Jacinto Sarmento.
Por fim, estamos dando continuidade à tradução de Alguns Pensamentos sobre a Educação, de John Locke.
Mais que tudo, queremos reafirmar compromissos. A homenagem que estamos prestando, muito mais que um agradecimento e respeito, coloca-nos o desafio de dar continuidade aos compromissos e ao comportamento ético-político da figura humana de Cláudio Neutzling. Por outro lado, o conceito obtido por Cadernos de Educação, mais do que o júbilo passageiro, reforça a responsabilidade científica diante do papel que passamos a desempenhar frente à área da educação em nível nacional. Assim, podemos estar todos certos de que, como bem dizem José Fogaça e Vítor Ramil, “... nós vamos prosseguir, companheiro, medo não há ...”
No momento em que dedicamos este número a Cláudio Neutzling, não podemos deixar de partilhar também a alegria das conquistas. O Grupo de Avaliação de Periódicos da ANPEd divulgou faz pouco os resultados do processo de Avaliação de Periódicos Científicos da Área da Educação – Etapa 2003, atribuindo a Cadernos de Educação o conceito Nacional A. É uma conquista que a dividimos com todos aqueles que têm sido parceiros nesta empreitada. Na avaliação anterior, quando obtivemos classificação Nacional C, afirmamos que o resultado nos deixara satisfeitos, mas não conformados. Desde sempre, acreditamos na parceria com leitores e colaboradores, e mantivemos a convicção de que seria possível almejar conquistas mais significativas. Agora, no momento em que demos mais esse passo, é imperioso reconhecer e reafirmar que ele é fruto dessa cumplicidade que queremos sempre cultivar, aprofundar e – por que não? – prosseguir caminhando.
E é na esteira da homenagem a Cláudio Neutzling e na comemoração pelo resultado da Avaliação Nacional máxima atribuída a Cadernos de Educação que este número traz, primeiramente, um bloco de três artigos de fundamental importância para a educação. Maria Tereza Estrela reflete o Pensamento Ético-deontológico de Professores em Estudos Portugueses. A autora posta-se perante “a crise de valores que se nota em toda a sociedade, a opinião pública” e analisa a tendência da sociedade atual a “culpabilizar as escolas e os professores por falharem a educação moral e cívica dos alunos”. A autora avança em sua reflexão e descobre que “os professores concebem a sua profissão como sendo essencialmente ética e tendem a superar a antinomia entre racionalidade técnica e prática”. Maria Isabel da Cunha, por sua vez, aborda Pesquisa e Pós-Graduação: o sentido político e pedagógico da formação, referindo-se à “pesquisa como processo de formação, recuperando seu caráter pedagógico de estímulo ao pensamento dos sujeitos.” A autora defende a “pesquisa como diálogo que procura a construção de uma atitude comunicacional, construindo comunidades discursivas.” Com o texto intitulado Os jesuítas e a formação educacional do povo brasileiro, Wilson Alves de Paiva busca “contribuir para a pesquisa e a discussão em torno da tarefa educativa no período colonial brasileiro.”
Num segundo momento, apresentamos um bloco de sete textos que investigam no campo da Educação Infantil. São eles: Culturas infantis e dimensões da socialização no cotidiano de uma creche domiciliar, de Ana Cristina Coll Delgado; Linguagens geradoras: um critério e uma proposta de seleção e articulação de conteúdos em educação infantil, de Gabriel de Andrade Junqueira Filho; As cores da complexidade: A cor de pele, de Georgina Helena Lima Nunes; Formação de educadoras das escolas de educação infantil: Saberes necessários à integração à vida, de Márcio Xavier Bonorino Figueiredo; Casa, rua e escola: um estudo sobre crianças num bairro da periferia de Pelotas-RS, de Patrícia Pereira Cava e Rogério Costa Würdig; Limites e horizontes na educação da infância, de Euclides Redin; e Imaginário e culturas da infância, de Manuel Jacinto Sarmento.
Por fim, estamos dando continuidade à tradução de Alguns Pensamentos sobre a Educação, de John Locke.
Mais que tudo, queremos reafirmar compromissos. A homenagem que estamos prestando, muito mais que um agradecimento e respeito, coloca-nos o desafio de dar continuidade aos compromissos e ao comportamento ético-político da figura humana de Cláudio Neutzling. Por outro lado, o conceito obtido por Cadernos de Educação, mais do que o júbilo passageiro, reforça a responsabilidade científica diante do papel que passamos a desempenhar frente à área da educação em nível nacional. Assim, podemos estar todos certos de que, como bem dizem José Fogaça e Vítor Ramil, “... nós vamos prosseguir, companheiro, medo não há ...”