“Easy to say” e The namesake: as perspectivas de Shireen e Lu'ay, no conto de Sahar Mustafah, e de Ashoke e Gógol, no filme de Mira Nair, sobre nomes próprios

Arthur Almeida Passos

Resumo


Este artigo analisa o conto “Easy to say”, da escritora palestino-estadunidense Sahar Mustafah, e o filme The namesake, adaptado do romance homônimo da escritora estadunidense Jhumpa Lahiri pela diretora indiano-estadunidense Mira Nair, com foco na construção das perspectivas de dois pares de personagens – Shireen e Ashoke, de um lado, e Lu’ay e Gógol, de outro – acerca de nomes próprios, unidade temática muito relevante, senão fundamental, nas duas obras. A hipótese é que os pontos de vista das referidas duplas de figuras sobre nomes próprios variam conforme seus respectivos níveis de integração aos Estados Unidos, país para o qual emigraram, já adultos, a palestina Shireen e o indiano Ashoke e no qual vivem desde a infância, como filhos de imigrantes, Lu’ay e Gógol. Com o intuito de verificar essa hipótese, a pesquisa trata de relações entre literatura e cinema, concebe como narrativas as produções estéticas estudadas e, tendo em vista tal concepção, apoia-se em conceitos básicos da teoria da narrativa para proceder à análise. O exame mostra que tal hipótese só se confirma em parte, uma vez que os quatro personagens selecionados para estudo, quando devidamente considerados em sua individualidade e complexidade, apresentam especificidades importantes.


Palavras-chave


Literatura e cinema; nomes próprios; pontos de vista; subjetividade; teoria narrativa.

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DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i40.20319



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