O FANTÁSTICO NA LITERATURA: CONTOS MEDIEVAIS E OITOCENTISTAS

Manoel Francisco Guaranha, Alzira Lobo de Arruda Campos, Álvaro Cardoso Gomes

Resumo


Contos medievais e oitocentistas apresentam-se como visões estereotipadas dos momentos históricos em que foram produzidos, espelhando incertezas e temores coletivos a respeito de um presente ameaçador, visualizado por seus autores, protagonistas dos cenários histórico-sociais nos quais exercitaram a sua imaginação. Neste artigo, procuramos definir o papel desempenhado pela literatura e pela história na grande aventura de se compreender o homem em suas incursões no mundo real e no imaginário, registradas em contos categorizados como "fantásticos". Como suportes empíricos e com uma abordagem interdisciplinar, figuram em primeiro lugar, neste estudo, os contos medievais, destinados a cumprir funções sociais de alto valor operatório para os camponeses. Compõem o segundo bloco empírico os contos fantásticos do século XIX organizados em antologia por Ítalo Calvino. Este estudo situa-se na longa duração e pretende surpreender, na trama narrativa dos contos, a realidade e o fantástico de personagens, além das circunstâncias e visões culturais da época em que foram produzidos. Ao comparar narrativas criadas por camponeses pobres a outras produzidas por literatos integrantes da média burguesia, procuramos contribuir para o entendimento das condições de produção entre ambos os blocos e das circunstâncias histórico-sociais que uniram o fantástico camponês ao fantástico urbano das sociedades pós-industriais.

Palavras-chave: Ficção e realidade; fantástico e literatura; contos medievais e oitocentistas.


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DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i36.17527



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