O NÃO-LUGAR DA ANORÉXICA NUMA SOCIEDADE EM REDE E DO ESPETÁCULO
Resumo
Neste trabalho, situamo-nos no terreno da Análise do Discurso (AD) de linha pecheutiana, a fim de melhor visualizarmos o corpo como materialidade significante e discursiva, como lugar de memória e, a partir de tais pressupostos, empreender um estudo sobre a anorexia nervosa, concebendo-a como um dos sintomas da sociedade do espetáculo e da sociedade em rede. Apresentamos um recorte de nossa tese de doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Letras da UFRGS, tendo como arquivo o discurso de anoréxicas em blogs do gênero pró-ana. Fazemos movimentar as noções de lugar social e de lugar discursivo, abordando, para tanto, a historicidade da anorexia nervosa e a produção de sentidos relativos ao sintoma no tempo e no espaço. De “Ana, a santa” à profanação dos espetáculos circenses, a anoréxica, na atualidade, ocupa distintos lugares sociais – o blog, o documentário, o consultório, a família – que, no espaço discursivo, tornam-se lugares discursivos, pelos quais ficamos sabendo que pode ser tanto a “porca louca” quanto a “borboleta”. Diante dessa tomada de posição paradoxal do sujeito, propomos a articulação do que chamamos de não-lugar, ou lugar de entremeio, como um lugar em que se materializa tanto o processo de contra-identificação quanto a resistência.
Palavras-chave: Corpo; Anorexia nervosa; Não-lugar; Resistência.
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PDFDOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i32.12322
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