O DISCURSO E O HUMOR EM MAFALDA: UMA QUESTÃO DE FILIAÇÃO À FORMAÇÃO DISCURSIVA ANTICAPITALISTA

Luciane Botelho Martins

Resumo


Buenos Aires, 1963, o cartunista Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, cria a personagem Mafalda como objeto de propaganda de uma empresa que vendia eletrodomésticos. As produções, rejeitadas pela empresa, passam a circular, um ano depois, no periódico Primeira Plana. Desde então, Mafalda tornou-se objeto de pesquisa em diferentes campos de saber, principalmente pelas questões de cunho social e político, por ela problematizadas. Pensando, pois, no caráter de atualidade temática da obra, propomos à luz da Análise do Discurso de filiação francesa, um estudo sobre a posição-sujeito assumida por Mafalda. É importante frisar que o discurso de Mafalda faz emergir no intradiscurso elementos do interdiscurso, os quais estabelecem espaços de contradição que revelam o que Pêcheux designa por contradição apreendida e exibida. Esses lugares de significação/interpretação, constituem-se, pois, lugares de excesso na medida em que o humor, sob a forma de absurdo e evidência emerge. Temos o humor construído na discrepância entre o estranho e o identificável, contrapondo-se à Ordem e interpelando o sujeito. A partir disso, buscamos compreender como se dá a relação da personagem Mafalda com a Formação Discursiva Anticapitalista, assim denominada, devido ao seu caráter de enfrentamento à ideologia socialmente imposta. Para tal, refletimos sobre um arquivo formado por três tirinhas, as quais constituem um recorte da dissertação de mestrado defendida em 2015.

Palavras-chave: Mafalda; humor; formação discursiva; ideologia.



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DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i32.12316



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