Chamadas em Aberto: Edição 43 (2022) - O insólito ficcional da tela aos livros, dos livros à tela: adaptações, recriações, traduções, menções [ENCERRADA]

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CHAMADA DE ARTIGOS

A Revista Caderno de Letras, publicação científica quadrimestral do Centro de Letras e Comunicação e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas-UFPel, está com chamada aberta para submissão de artigos para o número 43 (2022), a ser publicado em julho de 2022.

 

Dossiê: O insólito ficcional da tela aos livros, dos livros à tela: adaptações, recriações, traduções, menções

 

Organização do dossiê:

Dr. Bruno Anselmi Matangrano (Universidade Federal de Pelotas, Brasil)

Dra. Justine Breton (Université de Reims, Champagne-Ardenne, France)

Dr. Ramiro Esteban Zó (Universidad Nacional de Cuyo, Argentina)

 

Data limite para submissão de artigos:  14 de março de 2022

Data de publicação: julho de 2022

 

Desde sua origem, o cinema demonstrou um diálogo aberto com as outras artes, seja por tê-las incorporado em sua própria linguagem, dada sua particularidade de arte híbrida, ao mesmo tempo narrativa, performática, visual e sonora, seja por ter se inspirado em produções já existentes e, a partir delas, ter criado novas formas de arte. Neste último aspecto, a literatura se revelou terreno fértil e, não por acaso, grandes obras que marcam o início da trajetória cinematográfica foram adaptações de obras literárias romanescas ou teatrais, como revelam os célebres Nosferatu (1922), de F. W. Murnau, e Drácula (1931), de Tod Browning, ambos inspirados no romance de Bram Stoker de 1898, para citar apenas dois exemplos icônicos. Não por acaso, grande parte desses sucessos de origem literária revela obras hoje associadas às vertentes do insólito ficcional. Certos tópicos literários, aliás, tornaram-se sucessos praticamente garantidos, como a lenda arturiana regularmente adaptada para o cinema (Excalibur, de John Boorman; Merlin, da BBC; O Cavaleiro Verde, de David Lowery etc.), ou histórias de super-heróis baseadas em quadrinhos (por exemplo, o universo cinematográfico da Marvel), que crescem exponencialmente conforme os orçamentos de adaptações aumentam e os efeitos especiais tornam-se cada vez mais acessíveis. Estas modalidades narrativas foram, por outro lado, a despeito do preconceito que por vezes enfrentam na crítica literária mais tradicional, facilmente incorporadas ao discurso audiovisual, não apenas no âmbito do cinema, mas igualmente em animações, programas de televisão e, mais recentemente, em produções difundidas diretamente em plataformas de streaming. Essa relação, porém, não se deu em uma única via; da mesma forma que textos literários foram adaptados, recriados e reimaginados em produções audiovisuais, também estas muitas vezes serviram de matéria-prima para obras literárias. Pensa-se, por exemplo, no caso de King Kong (1933), filme de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, que foi novelizado por Delos W. Lovelace e lançado pouco após o filme, naquele mesmo ano. Ou então nos filmes de Guillermo del Toro, como O Labirinto do Fauno (2006) ou A Forma na Água (2017) que ganharam versões romanceadas escritas pelo próprio diretor em parceria, respectivamente, com os escritores Cornelia Funke, em 2019, e Daniel Kraus, em 2018. As animações dos estúdios Disney são outro exemplo interessante para se ter em conta. Quase sempre inspiradas por obras literárias, hoje a maioria de suas animações clássicas é readaptada em formato live-action e, ao mesmo tempo, reimaginada em romances para o público infantil e/ou juvenil, em um processo de recriação que passeia por essas duas linguagens-irmãs. Todavia, o diálogo não se expressa apenas por meio de adaptações de uma via para outra; também se dá por meio de referências, recriações, citações, menções. A série televisiva Penny Dreadful (2014-2016), para citar um exemplo mais recente, concebida por John Logan, apresenta uma produção original que recupera personagens clássicas da literatura, como a Criatura de Frankenstein, Dorian Gray e Dr. Jekyll, para propor uma nova história, na qual a literatura também se faz presente pela leitura e debate em torno de poemas de John Clare, William Blake, Alfred Tennyson, dentre outros. Mas as possibilidades não param por aí. Não parece descabido dizer que, na contemporaneidade, esse tipo de relação de interinfluência se faz presente na maior parte das produções literárias e audiovisuais vinculadas, de alguma forma, às vertentes do insólito ficcional, em geral, e à fantasia, à ficção científica e ao fantástico, em particular. Mundos transmidiáticos constituem uma força criativa específica, com as narrativas espalhando-se simultaneamente em diferentes mídias. Por exemplo, a saga The Witcher, criada por Andrzei Sapkowski como uma série de romances e contos, alcançou uma audiência ainda maior através dos videogames e da adaptação para série televisiva, e desenvolveu narrativas complementares. Diante desse contexto, portanto, propomos para o número 43 da Revista Caderno de Letras um dossiê sobre todas as potencialidades desse diálogo em torno de produções literárias e audiovisuais de cunho insólito, seja a partir de adaptações (em ambos os sentidos), seja ainda sobre a presença direta ou indireta da literatura no meio audiovisual ou de produções audiovisuais em textos literários.

 

Referências sugeridas:

 Livros:

ANDRADE, Pilar, GIMBER, Arno & GOICOECHEA, María (eds). Espacios y tiempos de lo fantástico. Una mirada desde el siglo XXI. Bern, Peter Lang, 2010.

BLANC William, Super-héros, une histoire politique, Paris, Libertalia, 2018.

CÁNEPA, Laura Loguercio (Org.). Tim Burton, Tim Burton, Tim Burton.... São José dos Pinháis: Estronho, 2016.

FERRERAS SAVOYE, Daniel. Lo fantástico en la literatura y el cine: De Edgar Allan Poe a Freddy Krueger. ACVF Editorial, 2014.

GONZÁLEZ, Manu. Villanos fantásticos. Barcelona: Redbook Ediciones, 2019.

HUDELET Ariane et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), De la page blanche aux salles obscures. Adaptation et réadaptation dans le monde anglophone, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2011.

MAGGIO, Sandra; ZANINI,  Claudio (Orgs.). Transposições Fílmicas - As Literaturas de Língua Inglesa no Cinema. Rio de Janeiro: Bonecker, 2018.

MELLET Laurent et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), Etudier l'adaptation filmique. Cinéma anglais - cinéma américain, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2010.

NOVA, Vera Casa; ARBEX, Márcia; BARBOSA, Márcio (Orgs). Interartes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

PIÑEIRO, Aurora. El gótico y su legado en el terror. Una introducción a la estética de la oscuridad. Colección Gen Pop. México, Bonilla Artiga Editores, UNAM-FFYL, 2017.

ROAS, David (dir.). Historia de lo fantástico en la cultura española contemporánea (1900-2015). Madrid, Franfurt am Main, Iberoamericana, Vervuert, 2017.

SUPPIA, Alfredo. Atmosfera Rarefeita: a Ficção científica no Cinema Brasileiro. São Paulo: Devir, 2013.

SUPPIA, Alfredo (Org.), Cartografias Para a Ficção Científica Mundial: Cinema e Literatura. São Paulo: Alameda, 2015.

 Dossiês:

Revista Brumal, v. 8, n. 2, 2020. Transmedialidad e interactividad en lo fantástico: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v8-n2>.

Revista Brumal, v. 4, n. 1, 2016: Lo fantástico en la nueva edad de oro de la televisión (1999-2015): <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v4-n1>.

Revista Brumal, v. 3, n. 1, 2015: Lo fantástico y los videojuegos: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v3-n1>.

Revista Abusões, n. 16, 2021: Gótico, Fantástico e Ficção Científica: séries cinematográficas, televisivas e de streamings: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/2584>.

Revista Abusões, n. 6, 2018: Visões do cinema: o gótico, o insólito, o fantástico: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1876>.

Revista Abusões, n. 2, 2016: Fantasia, ficção científica e horror em narrativas literárias e fílmicas: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1387>.

Revista Todas as Musas, v. 9, n. 2, 2018: Imagens do medo: o horror no cinema e na televisão: <https://www.todasasmusas.com.br/09_02.html>.

Revue Adaptation, vol. 9, issue 1, Oxford, Oxford University Press, 2016.

 

LLAMADA DE ARTÍCULOS

La Revista Caderno de Letras, publicación científica cuatrimestral del Centro de Letras y Comunicación y del Programa de Posgrado en Letras de la Universidad Federal de Pelotas-UFPel, comunica  la apertura de la convocatoria para artículos que serán incluidos en su número 43 (2022), que se publicará en julio de 2022.

 

Dossier: El insólito ficcional de la pantalla al libro, del libro a la pantalla: adaptaciones, recreaciones, traducciones, menciones

 

Organización del dossier:

Dr. Bruno Anselmi Matangrano (Universidade Federal de Pelotas, Brasil)

Dra. Justine Breton (Université de Reims, Champagne-Ardenne, France)

Dr. Ramiro Esteban Zó (Universidad Nacional de Cuyo, Argentina)

 

Fecha límite para sumisión de artículos: 14 de marzo de 2022

Fecha de publicación: julio de 2022

 

Desde su origen, el cine demostró un diálogo abierto con las demás artes, bien porque las incorporó a su propio lenguaje, dada su particularidad de arte híbrido, a la vez narrativo, performativo, visual y sonoro, o porque se inspiró en producciones existentes y, a partir de ellas, haber creado nuevas formas de arte. En este último aspecto, la literatura resultó ser un terreno fértil y, no por casualidad, las grandes obras que marcan el inicio de la trayectoria cinematográfica fueron adaptaciones de obras literarias novelísticas o teatrales, como revelan los célebres Nosferatu (1922), de FW Murnau, y Drácula (1931) de Tod Browning, ambos inspirados en la novela de Bram Stoker de 1898, por nombrar tan solo dos ejemplos icónicos. No es casualidad tampoco que gran parte de estos éxitos de origen literario revelen obras hoy asociadas a las vertientes de lo insólito ficcional. Ciertos temas literarios, por cierto, se convirtieron en éxitos prácticamente garantizados, como la leyenda artúrica regularmente adaptada al cine (Excalibur, de John Boorman; Merlin, BBC; El Caballero verde, de David Lowery, etc.), o historias de superhéroes basadas en cómics (por ejemplo, el universo cinematográfico de Marvel), que crecen exponencialmente a medida que los presupuestos de adaptación aumentan y los efectos especiales se vuelven cada vez más accesibles. Estas modalidades narrativas fueron, por otro lado, a pesar del prejuicio que a veces enfrentan en la crítica literaria más tradicional, fácilmente incorporadas al discurso audiovisual, no solo en el ámbito del cine, sino también en animaciones, programas de televisión y, más recientemente, en producciones difundidas directamente en plataformas de streaming. Esta relación, sin embargo, no se produjo de una sola manera; de la misma manera que los textos literarios fueron adaptados, recreados y reinventados en producciones audiovisuales, también estos sirvieron con demasiada frecuencia como materia prima para obras literarias. Se piensa, por ejemplo, en el caso de King Kong (1933), película de Merian C. Cooper y Ernest B. Schoedsack, que fue novelizada por Delos W. Lovelace y estrenada poco después de la película, ese mismo año. O en las películas de Guillermo del Toro, como El laberinto del Fauno (2006), o La Forma del Agua (2017), que obtuvieron versiones noveladas escritas por el propio director en coautoría, respectivamente, con los guionistas Cornelia Funke, en 2019, y Daniel Kraus, en 2018. Las animaciones de los Studios Disney son otro ejemplo interesante a tener en cuenta. Casi siempre inspirado en obras literarias, hoy en día la mayoría de sus animaciones clásicas se readaptan en formato live-action y, al mismo tiempo, reimaginadas en novelas para niños y / o jóvenes, en un proceso de recreación que pasa por estos dos lenguajes-hermanas. Sin embargo, el diálogo no se expresa solo a través de adaptaciones de una forma a otra; también se da a través de referencias, recreaciones, citas, menciones. La serie de televisión Penny Dreadful (2014-2016), por citar un ejemplo más reciente, concebida por John Logan, presenta una producción original que recupera personajes clásicos de la literatura, como la Criatura de Frankenstein, Dorian Gray y Dr. Jekyll, para proponer una nueva historia, en la que la literatura también está presente a través de la lectura y el debate en torno a poemas de John Clare, William Blake, Alfred Tennyson, entre otros. Pero las posibilidades no terminan ahí. No parece irrazonable decir que, en la contemporaneidad, este tipo de relación de interinfluencia está presente en la mayoría de las producciones literarias y audiovisuales vinculadas, de alguna manera, a las vertientes de lo insólito ficcional, en general, y a la fantasía, la ciencia ficción y lo fantástico en especial. Los mundos transmedia constituyen una fuerza creativa específica, con las narrativas que se difunden simultáneamente a través de diferentes medios. Por ejemplo, la saga The Witcher, creada por Andrzei Sapkowski como una serie de novelas y cuentos, llegó a un público aún más amplio a través de los videojuegos y la adaptación de la serie de televisión, y desarrolló narrativas complementarias. En este contexto, por lo tanto, proponemos para el número 43 de la Revista Caderno de Letras un dossier sobre todas  las  posibilidades de este diálogo sobre producciones literarias y audiovisuales de naturaleza insólita, ya sean adaptaciones (en ambos sentidos) o por presencia directa o indirecta de la literatura en el medio audiovisual o de producciones audiovisuales en textos literarios.

 

Bibliografía sugerida:

 Libros:

ANDRADE, Pilar, GIMBER, Arno & GOICOECHEA, María (eds). Espacios y tiempos de lo fantástico. Una mirada desde el siglo XXI. Bern, Peter Lang, 2010.

BLANC William, Super-héros, une histoire politique, Paris, Libertalia, 2018.

CÁNEPA, Laura Loguercio (Org.). Tim Burton, Tim Burton, Tim Burton.... São José dos Pinháis: Estronho, 2016.

FERRERAS SAVOYE, Daniel. Lo fantástico en la literatura y el cine: De Edgar Allan Poe a Freddy Krueger. ACVF Editorial, 2014.

GONZÁLEZ, Manu. Villanos fantásticos. Barcelona: Redbook Ediciones, 2019.

HUDELET Ariane et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), De la page blanche aux salles obscures. Adaptation et réadaptation dans le monde anglophone, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2011.

MAGGIO, Sandra; ZANINI,  Claudio (Orgs.). Transposições Fílmicas - As Literaturas de Língua Inglesa no Cinema. Rio de Janeiro: Bonecker, 2018.

MELLET Laurent et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), Etudier l'adaptation filmique. Cinéma anglais - cinéma américain, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2010.

NOVA, Vera Casa; ARBEX, Márcia; BARBOSA, Márcio (Orgs). Interartes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

PIÑEIRO, Aurora. El gótico y su legado en el terror. Una introducción a la estética de la oscuridad. Colección Gen Pop. México, Bonilla Artiga Editores, UNAM-FFYL, 2017.

ROAS, David (dir.). Historia de lo fantástico en la cultura española contemporánea (1900-2015). Madrid, Franfurt am Main, Iberoamericana, Vervuert, 2017.

SUPPIA, Alfredo. Atmosfera Rarefeita: a Ficção científica no Cinema Brasileiro. São Paulo: Devir, 2013.

SUPPIA, Alfredo (Org.), Cartografias Para a Ficção Científica Mundial: Cinema e Literatura. São Paulo: Alameda, 2015.

 Dossiers:

Revista Brumal, v. 8, n. 2, 2020. Transmedialidad e interactividad en lo fantástico: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v8-n2>.

Revista Brumal, v. 4, n. 1, 2016: Lo fantástico en la nueva edad de oro de la televisión (1999-2015): <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v4-n1>.

Revista Brumal, v. 3, n. 1, 2015: Lo fantástico y los videojuegos: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v3-n1>.

Revista Abusões, n. 16, 2021: Gótico, Fantástico e Ficção Científica: séries cinematográficas, televisivas e de streamings: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/2584>.

Revista Abusões, n. 6, 2018: Visões do cinema: o gótico, o insólito, o fantástico: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1876>.

Revista Abusões, n. 2, 2016: Fantasia, ficção científica e horror em narrativas literárias e fílmicas: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1387>.

Revista Todas as Musas, v. 9, n. 2, 2018: Imagens do medo: o horror no cinema e na televisão: <https://www.todasasmusas.com.br/09_02.html>.

Revue Adaptation, vol. 9, issue 1, Oxford, Oxford University Press, 2016.

 

APPEL À CONTRIBUTIONS

 

La Revue Caderno de Letras, publication scientifique quadrimestrielle brésilienne du Centre de Lettres et Communication du Programme de Post-Graduation en Lettres de l'Université Fédérale de Pelotas (UFPel), invite à tous et à toutes à soumettre des contributions pour son número 43, prévu pour la fin juillet 2022.

 

Dossier: L’imaginaire de l’écran à l’écrit, de l’écrit à l’écran : adaptations, réécritures, traductions, mentions

 

Comité organisateur:

Dr Bruno Anselmi Matangrano (Université Fédérale de Pelotas, Brésil)

Dre Justine Breton (Université de Reims Champagne-Ardenne, France)

Dr Ramiro Estaban Zó (Université Nationale de Cuyo, Argentine).

 

Envoi des articles complets : 14 mars 2022.

Publication prévue pur la fin juillet 2022.

 

Depuis ses origines, le cinéma permet un dialogue ouvert avec d’autres formes artistiques, soit en les intégrant dans son propre langage – grâce à son hybridité lui permettant d’associer narration, performance, éléments visuels et sonores –, soit en prenant pour source d’inspiration des œuvres et productions préexistantes et en créant, pour elles, de nouvelles formes d’art. La littérature constitue notamment une source d’inspiration privilégiée. Ce n’est pas par hasard que de nombreuses grandes œuvres marquant le début de l’ère cinématographique furent des adaptations œuvres romanesques ou théâtrales. C’est par exemple le cas, pour ne citer qu’eux, de Nosferatu (1922) de F.W. Murnau et de Dracula (1931) de Tod Browning, tous deux inspirés du roman de Bram Stoker publié en 1898. Ce n’est pas non plus par hasard qu’un nombre important de succès du box-office mondial adaptés d’œuvres littéraires appartiennent, à des niveaux variables, aux genres de l’imaginaire. Certains sujets littéraires sont désormais devenus des succès audiovisuels presque garantis, comme la légende arthurienne régulièrement adaptée sur grand ou petit écrans (Excalibur, John Boornman ; Merlin,BBC One ; The Green Knight, David Lowery ; etc.), ou comme les récits de super-héros adaptés de comics (le « Marvel Cinematic Universe », par exemple), qui se développent de façon exponentielle à mesure que les budgets augmentent et que l’accès aux effets spéciaux se démocratise. Alors que ces récits rencontraient fréquemment plus d’obstacles dans les cercles plus traditionnels de la critique littéraire, ils ont au contraire été aisément intégrés dans les pratiques audiovisuelles – pas uniquement au cinéma, mais aussi dans l’animation, les séries télévisées et, plus récemment, les programmes diffusés sur les plateformes de streaming. Cependant, cette relation ne s’est pas exprimée à sens unique. Au même titre que des productions audiovisuelles ont adapté, recréé et réimaginé des textes littéraires, celles-ci ont également servi d’inspiration pour des œuvres littéraires. L’un des exemples de ce passage de l’écran à l’écrit est le film King Kong (1933) de Merian C. Cooper et Ernest B. Schoedsack, mis en roman par Delos W. Lovelace et publié peu après la sortie du film. De même, certains films de Guillermo Del Toro, comme Le Labyrinthe de Pan (2006) et La Forme de l’eau (2017), ont été suivis de novélisations de l’auteur lui-même, accompagné respectivement de Cornelia Funke en 2019, et de Daniel Kraus en 2018. Sur ce type de relation, le modèle de Disney Studios constitue un autre exemple à prendre en compte. Des œuvres littéraires ont servi de base à la plupart de leurs productions animées, que le groupe réadapte désormais en longs-métrages en prises de vue réelles. Dans le même temps, des auteurs réinventent ces récits audiovisuels et les transforment en récits pour enfants ou jeunes adultes, dans un processus d’adaptation qui met en parallèle le langage cinématographique et le langage littéraire. Le dialogue n’existe d’ailleurs pas exclusivement d’un médium à l’autre, mais apparaît également à travers des références, des citations, des clins d’œil et des mentions. Pour ne citer qu’un exemple récent, la série Penny Dreadful (2014-2016) de John Logan constitue une production originale qui s’appuie sur des classiques littéraires et leurs créations, comme la Créature de Frankenstein, Dorian Gray et Dr. Jekyll, dans une intrigue nouvelle qui accorde une place centrale à la littérature, via la lecture et l’évocation de poèmes de John Clare, William Blake, Alfred Tennyson et d’autres. Là encore, les possibilités ne s’arrêtent pas là. Désormais, cette forme d’« inter-influence » transparaît dans la plupart des œuvres littéraires et audiovisuelles liées à l’imaginaire en général, et à la fantasy et à la science-fiction en particulier. Les mondes transmédiatiques constituent une force créative spécifique de ces genres, avec des récits qui s’étendent simultanément dans différentes formes médiatiques. Par exemple, la saga Le Sorceleur (The Witcher), d’abord créée par Andrzej Sapkowski en tant qu’ensemble de nouvelles et de romans, a connu un succès encore plus grand par ses adaptations en jeux vidéo et en séries télévisées, développant ainsi des récits complémentaires. C’est dans ce contexte que nous proposons, pour le numéro 43 du journal Caderno de Letras, un dossier consacré à toutes les possibilités de ce dialogue impliquant les productions audiovisuelles et littéraires liées aux genres de l’imaginaire, qu’il s’agisse d’adaptations (dans les deux sens), ou de la présence directe ou indirecte de littérature dans les médias audiovisuels, ou inversement.

 

Références suggérées: 

 Livres:

ANDRADE, Pilar, GIMBER, Arno & GOICOECHEA, María (eds). Espacios y tiempos de lo fantástico. Una mirada desde el siglo XXI. Bern, Peter Lang, 2010.

BLANC William, Super-héros, une histoire politique, Paris, Libertalia, 2018.

CÁNEPA, Laura Loguercio (Org.). Tim Burton, Tim Burton, Tim Burton.... São José dos Pinháis: Estronho, 2016.

FERRERAS SAVOYE, Daniel. Lo fantástico en la literatura y el cine: De Edgar Allan Poe a Freddy Krueger. ACVF Editorial, 2014.

GONZÁLEZ, Manu. Villanos fantásticos. Barcelona: Redbook Ediciones, 2019.

HUDELET Ariane et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), De la page blanche aux salles obscures. Adaptation et réadaptation dans le monde anglophone, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2011.

MAGGIO, Sandra; ZANINI,  Claudio (Orgs.). Transposições Fílmicas - As Literaturas de Língua Inglesa no Cinema. Rio de Janeiro: Bonecker, 2018.

MELLET Laurent et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), Etudier l'adaptation filmique. Cinéma anglais - cinéma américain, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2010.

NOVA, Vera Casa; ARBEX, Márcia; BARBOSA, Márcio (Orgs). Interartes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

PIÑEIRO, Aurora. El gótico y su legado en el terror. Una introducción a la estética de la oscuridad. Colección Gen Pop. México, Bonilla Artiga Editores, UNAM-FFYL, 2017.

ROAS, David (dir.). Historia de lo fantástico en la cultura española contemporánea (1900-2015). Madrid, Franfurt am Main, Iberoamericana, Vervuert, 2017.

SUPPIA, Alfredo. Atmosfera Rarefeita: a Ficção científica no Cinema Brasileiro. São Paulo: Devir, 2013.

SUPPIA, Alfredo (Org.), Cartografias Para a Ficção Científica Mundial: Cinema e Literatura. São Paulo: Alameda, 2015.

 Dossiers:

Revista Brumal, v. 8, n. 2, 2020. Transmedialidad e interactividad en lo fantástico: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v8-n2>.

Revista Brumal, v. 4, n. 1, 2016: Lo fantástico en la nueva edad de oro de la televisión (1999-2015): <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v4-n1>.

Revista Brumal, v. 3, n. 1, 2015: Lo fantástico y los videojuegos: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v3-n1>.

Revista Abusões, n. 16, 2021: Gótico, Fantástico e Ficção Científica: séries cinematográficas, televisivas e de streamings: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/2584>.

Revista Abusões, n. 6, 2018: Visões do cinema: o gótico, o insólito, o fantástico: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1876>.

Revista Abusões, n. 2, 2016: Fantasia, ficção científica e horror em narrativas literárias e fílmicas: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1387>.

Revista Todas as Musas, v. 9, n. 2, 2018: Imagens do medo: o horror no cinema e na televisão: <https://www.todasasmusas.com.br/09_02.html>.

Revue Adaptation, vol. 9, issue 1, Oxford, Oxford University Press, 2016.

 

Call for papers:

 

Caderno de Letras, scientific publication with four issues a year, from the Literature Linguistics and Communication Centre and post-graduate programme of University of Pelotas (Brazil) is open to paper submissions for the 43rd issue, to be released in July 2022.

 

Dossier: The Fantastic from screen to books, from books to screen: adaptations, reworkings, translations, mentions

 

Editors:

Dr Bruno Anselmi Matangrano (Federal University of Pelotas, Brazil)

Dr Justine Breton (University of Reims Champagne-Ardenne, France)

Dr Ramiro Estaban Zó (National University of Cuyo, Argentine).

 

Submission of full papers: 28 February 2022

Release date: July 2022.

 

Since its origins, Cinema has made evident the existence of an open dialogue with other forms of art, either by having incorporated them into its own language – given its hybrid particularity, being simultaneously narrative, performative, visual and voiced –, or by having used existing productions as inspiration and having created, from them, new forms of art. Literature has proven to be a fertile ground for inspiration. Not by chance, great works that mark the beginning of the cinematographic trajectory were adaptations of novelistic or theatrical literary works. To name two iconic examples of such adaptations, we have the renowned Nosferatu (1922), by F.W. Murnau, and Dracula (1931), by Tod Browning, both inspired by Bram Stoker's 1898 novel. Not by chance, a large number of box-office successes adapted from literary works reveal productions currently associated with different facets of the Fantastic. Certain literary topics have incidentally become almost guaranteed successes, such as the Arthurian legend regularly adapted for the screen (Excalibur, John Boorman; Merlin, BBC One; The Green Knight, David Lowery; etc.), or superhero stories based on comics (Marvel Cinematic Universe, for example), that grow exponentially as adaptation budgets increase and special effects become more accessible. Despite sometimes facing prejudice in more traditional circles of literary criticism, these narrative modalities were, on the other hand, easily incorporated into the audiovisual discourse, not only in the Cinema, but also in animations, television shows and, more recently, in productions broadcasted on streaming platforms. However, this relationship did not happen in one direction only. In the same way that audiovisual productions have adapted, recreated and re-imagined literary texts, those too often served as base for literary works. One example is the film King Kong (1933), by Merian C. Cooper and Ernest B. Schoedsack, novelized by Delos W. Lovelace and released shortly after the film, that same year. Or even Guillermo Del Toro's films, such as The Labyrinth of the Faun (2006) and The Shape of Water (2017), which gained novelized versions written by the director himself in partnership, respectively, with writers Cornelia Funke, in 2019, and Daniel Kraus, in 2018. Disney Studios animations are another interesting example one must take into consideration. Literary works have served as inspiration for most of its productions and now the studio is readapting many of its classical animations into live-action format. At the same time, authors are re-imaging these stories and transforming them into novels for children and/or young adults, in a reworking process that goes through these two sibling-languages. Nevertheless, the dialogue does not occur only through adaptations from one language to another. It also occurs through references, reworkings, quotations, and mentions. To name a more recent example, the television show Penny Dreadful (2014-2016), by John Logan, is an original production that retrieves classic literary characters, such as Frankenstein's Monster, Dorian Gray and Dr. Jekyll, in a new plot, in which Literature is often present through the reading and debate of poems by John Clare, William Blake, Alfred Tennyson, among others. However, the possibilities do not stop there. Nowadays, this sort of “interinfluence” is present in most literary and audiovisual productions somehow linked to the facets of the Fantastic, in general, and to Fantasy and Science Fiction, in particular. Transmediatic worlds constitute a specific creative strength in these genres, with narratives spread simultaneously over different media. For example, The Witcher saga, first created by Andrzej Sapkowski as a series of novels and short stories, reached an even wider audience through its videogames and TV series adaptations, and developed complementary narratives. Thus, in this context, we propose for the issue 43 of Journal Caderno de Letras a dossier on all the potentialities of such dialogue involving Fantastic literary and audiovisual productions, whether based on adaptations (in both directions) or on the direct or indirect presence of Literature in audiovisual media or of audiovisual productions in literary texts.

Indicated references

 Books:

ANDRADE, Pilar, GIMBER, Arno & GOICOECHEA, María (eds). Espacios y tiempos de lo fantástico. Una mirada desde el siglo XXI. Bern, Peter Lang, 2010.

BLANC William, Super-héros, une histoire politique, Paris, Libertalia, 2018.

CÁNEPA, Laura Loguercio (Org.). Tim Burton, Tim Burton, Tim Burton.... São José dos Pinháis: Estronho, 2016.

FERRERAS SAVOYE, Daniel. Lo fantástico en la literatura y el cine: De Edgar Allan Poe a Freddy Krueger. ACVF Editorial, 2014.

GONZÁLEZ, Manu. Villanos fantásticos. Barcelona: Redbook Ediciones, 2019.

HUDELET Ariane et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), De la page blanche aux salles obscures. Adaptation et réadaptation dans le monde anglophone, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2011.

MAGGIO, Sandra; ZANINI,  Claudio (Orgs.). Transposições Fílmicas - As Literaturas de Língua Inglesa no Cinema. Rio de Janeiro: Bonecker, 2018.

MELLET Laurent et WELLS-LASSAGNE Shannon (eds.), Etudier l'adaptation filmique. Cinéma anglais - cinéma américain, Rennes, Presses universitaires de Rennes, 2010.

NOVA, Vera Casa; ARBEX, Márcia; BARBOSA, Márcio (Orgs). Interartes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

PIÑEIRO, Aurora. El gótico y su legado en el terror. Una introducción a la estética de la oscuridad. Colección Gen Pop. México, Bonilla Artiga Editores, UNAM-FFYL, 2017.

ROAS, David (dir.). Historia de lo fantástico en la cultura española contemporánea (1900-2015). Madrid, Franfurt am Main, Iberoamericana, Vervuert, 2017.

SUPPIA, Alfredo. Atmosfera Rarefeita: a Ficção científica no Cinema Brasileiro. São Paulo: Devir, 2013.

SUPPIA, Alfredo (Org.), Cartografias Para a Ficção Científica Mundial: Cinema e Literatura. São Paulo: Alameda, 2015.

 Dossiers:

Revista Brumal, v. 8, n. 2, 2020. Transmedialidad e interactividad en lo fantástico: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v8-n2>.

Revista Brumal, v. 4, n. 1, 2016: Lo fantástico en la nueva edad de oro de la televisión (1999-2015): <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v4-n1>.

Revista Brumal, v. 3, n. 1, 2015: Lo fantástico y los videojuegos: <https://revistes.uab.cat/brumal/issue/view/v3-n1>.

Revista Abusões, n. 16, 2021: Gótico, Fantástico e Ficção Científica: séries cinematográficas, televisivas e de streamings: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/2584>.

Revista Abusões, n. 6, 2018: Visões do cinema: o gótico, o insólito, o fantástico: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1876>.

Revista Abusões, n. 2, 2016: Fantasia, ficção científica e horror em narrativas literárias e fílmicas: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/issue/view/1387>.

Revista Todas as Musas, v. 9, n. 2, 2018: Imagens do medo: o horror no cinema e na televisão: <https://www.todasasmusas.com.br/09_02.html>.

Revue Adaptation, vol. 9, issue 1, Oxford, Oxford University Press, 2016.