Pelotas: produção do espaço intraurbano e segregação socioespacial

Diego Ferretto

Resumo


Esse texto tem por objetivo discutir a estruturação intraurbana da cidade de Pelotas, com ênfase nos processos de segregação socioespacial. A perspectiva teórica adotada assume o espaço com um produto social, objeto de disputas e contradições no sistema capitalista, já os procedimentos metodológicos se ancoram na construção de uma periodização dos processos socioespaciais e de seus respectivos padrões de segregação. A partir daí são identificados quatro períodos: o primeiro abarca o século XIX e a construção do centro das elites, evidenciando as primeiras manifestações de segregação; o segundo compreende a primeira metade do século XX, marcada pela formação de uma periferia de baixa renda, sobretudo nas direções oeste (Fragata) e norte/nordeste (Três Vendas/Areal); o terceiro período, inscrito na segunda metade do século XX, indica dois processos simultâneos, o avanço da periferização de baixa renda e a constituição de uma nova periferia, de média e alta renda, na direção leste, sentido Laranjal, motivada por atrativos naturais; o último período, que se inicia na década de 1990 e se estende aos dias de hoje, corresponde à consolidação do vetor leste de segregação das elites, acrescido, no entanto, da emergência de novos produtos imobiliários, condomínios horizontais e bairros planejados, que aprofundam os processos de segregação e apontam para tendências de fragmentação socioespacial.

Palavras-chave: Pelotas, estruturação intraurbana, segregação socioespacial.


Texto completo:

92 - 107

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