DESCREVENDO DESIGUALDADES NOS POTENCIAIS DE DESLOCAMENTO INTRAURBANOS: UMA ABORDAGEM CONFIGURACIONAL

Ana Luisa Maffini, Gustavo Maciel Gonçalves

Resumo


A segregação socioespacial é um fenômeno urbano que condiciona fortemente as diferenças entre as possibilidades de deslocamento intraurbano que diferentes grupos populacionais dispõem. Métodos quantitativos e indicadores espaciais desenvolvidos até então, em sua maioria, estão focados em descrever propriedades locais de segregação residencial em maiores escalas ou de aferir desigualdades de acessibilidade urbana. Nesse sentido, merece ser investigado o modo diferencial com que grupos populacionais se deslocam nas cidades. Por isso, o objetivo deste artigo é avaliar as desigualdades nos potenciais de deslocamento entre grupos de renda, decorrentes de processos de segregação socioespacial, tendo a cidade de Santa Maria/ RS como caso empírico. A abordagem proposta é quantitativa, baseada na modelagem urbana de grafos. A metodologia envolve: a construção de um modelo espacial de segmentos de via; a definição de localizações de origem (residências) e de destino (usos do solo não-residenciais); o cálculo de medidas configuracionais que permitem estimar prováveis deslocamentos; e o tratamento dos dados e análises comparativas. Os resultados demonstraram que o método é capaz de quantificar essas desigualdades e é sensível a essas diferenças em escalas mais desagregadas. Os resultados do caso empírico demonstraram que Santa Maria é uma cidade com forte desigualdade no potencial de deslocamento das populações quando acessando os estabelecimentos analisados.


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