CENTRALIDADE E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO COMÉRCIO VAREJISTA EM PORTO ALEGRE, RS.

Juliana Lombard Souza, Clarice Maraschin

Resumo


Este artigo enfoca a relação entre a centralidade espacial e a localização das atividades varejistas, tema ainda pouco explorado no contexto brasileiro. A centralidade desempenha um papel importante na localização das atividades econômicas e é um conceito básico da ciência das redes e da teoria dos grafos. O trabalho adota uma metodologia baseada em estudos similares (PORTA et al., 2009; YOSHIMURA et al., 2020) que aplicam a densidade Kernel para estimar um valor da densidade de centralidade configuracional e correlacionar com os valores de densidade das atividades varejistas. Este trabalho avança ao incluir também uma análise da regressão geograficamente ponderada (GWR). Adotam-se as medidas de acessibilidade e centralidade Freeman-Krafta como indicadores da centralidade da rede urbana, em diferentes escalas espaciais. O estudo empírico é a cidade de Porto Alegre e os dados de estabelecimentos varejistas são provenientes da RAIS (2010), classificados em quatro categorias de porte. Os resultados das densidades mostram correlações fracas entre os comércios agregados (todos os portes) com acessibilidade e centralidade, ambas na escala local. Quando a variedade da distribuição espacial dos resultados é considerada (GWR), a medida de centralidade FK global apresenta correlações moderadas com o comércio de grande porte. O trabalho evidencia a importância de considerar a heterogeneidade espacial dos dados no estudo das correlações a fim de melhor compreender a complexidade dos padrões locacionais varejistas.

Palavras-chave: comércio varejista, modelos configuracionais, análise espacial, KDE, GWR.


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