A integração de valores e medidas de segurança no projeto de espaços públicos resilientes: lições de desastres rápidos e lentos

Silvia G Tavares, Nicholas Stevens

Resumo


Este artigo apresenta uma análise do impacto do COVID-19 nos espaços públicos e a necessidade de integrar medidas de segurança em todo o processo de projeto urbano. Adotamos uma abordagem de Ergonomia e Fatores Humanos e Sistemas Sociotécnicos (HFE & STS), com base no modelo 'ideal' de espaço público previamente desenvolvido para Queensland (Austrália). Com base nesse modelo, analisamos (1) o modelo de espaços públicos em Queensland durante o isolamento resultante do COVID-19 – e as funções que deixaram de existir – e (2) o modelo de espaço público no pós-terremoto de Christchurch (Nova Zelândia). Embora a pandemia e o terremoto pareçam significativamente diferentes em um primeiro momento, as duas situações são semelhantes no sentido de que, em ambos os casos, a densidade se torna um problema. Consideramos a pandemia como um ‘desastre lento’  (quando a adaptação é fundamental, mas a mudança a longo prazo é opcional) e o terremoto como um ‘desastre rápido’ (quando a mudança é a única opção) e, baseado nesse contexto, consideramos que há lições a serem aprendidas com 'desastres rápidos' as quais podem auxiliar na resiliência urbana a longo prazo. Em seguida, aplicamos o modelo ‘ideal’ ao estágio de recuperação de Christchurch pós-terremoto, onde identificamos novas funções e sua relação com a segurança – tanto percebida como real. Essas novas funções são refúgio urbano e espaço pessoal, conforto ambiental, otimização de rotas de mobilidade e saída, proteção contra o ambiente construído, maximização da paisagem.


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