O Movimento Peronista como "lugar de memória” da América Latina: um olhar da história e da literatura

Raquel Paz dos Santos, Maria Auxiliadora Fontana Baseio

Resumo


O presente estudo analisa a problemática dos lugares de memória na construção do imaginário social do peronismo entre 1946-1955, destacando a criação de mitos e “mártires” em torno de Perón e Evita, símbolos e comemorações cívicas que recriaram simbolicamente a nação, alimentando o projeto da “Nova Argentina”. Demonstra-se, ainda, que, pelo estabelecimento de políticas sociais para os trabalhadores, associado a uma intensa propaganda ideológica produzida pelo controle da imprensa e da repressão e desmoralização dos grupos opositores, legitimou-se o poder instituído. Essa construção simbólica que compôs o imaginário social da época, constituindo-se como um discurso dominante, foi profundamente criticada pela intelectualidade argentina, sobretudo por alguns escritores, que encontraram na literatura um meio de expressão de suas representações contrárias ao regime – um contradiscurso -, buscando, assim, estratégias de romper com o silenciamento e promover o embate simbólico entre as diferentes visões, como se analisa no conto “A casa tomada”, de Cortázar.

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