A musealização de um passado ambíguo: O caso dos lugares de isolamento compulsório, entre afetos privados e a transmissão de uma memória heroica da saúde
Resumo
A transmissão do passado está condicionada à criação de dispositivos memoriais que estruturam as memórias na forma de narrativas. Assim, quando as memórias são investidas de valor patrimonial, migram do universo individual para o espaço público. Entretanto, devido ao aspecto delicado de algumas memórias, defrontamo-nos com um dilema situado entre o compromisso ético de seu reconhecimento e as formas de transmissão do passado, que pode ser incômodo. Discutiremos o reconhecimento patrimonial de lugares marcados por memórias difíceis: as antigas colônias de isolamento sanitário, criadas para o isolamento da lepra. Para isso, tomaremos como estudo de caso o Hospital-Colônia Itapuã (RS). Analisaremos o modo como as memórias do lugar são acionadas pelo dispositivo de memória criado no hospital e qual a opinião dos antigos moradores sobre esses dispositivos.
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Revista Memória em Rede, Pelotas/RS - Brasil - ISSN 2177-4129
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