DE CARTEIRA ASSINADA: A TRABALHADORA GAÚCHA E A IMPLANTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Kate M. Schneider

Resumo


O trabalho feminino foi, ao longo do tempo, identificado a certos tipos de emprego, normalmente mais rotineiros e que exigiam baixa qualificação do trabalhador. Essa concepção foi institucionalizada e formalizada, de forma que se tornou praticamente uma questão do senso comum. Embora as mulheres trabalhadoras já estivessem presentes no mercado muito antes do advento da industrialização, foi no decorrer do século XX que elas ganharam maior proeminência. O paulatino aumento numérico das mulheres empregadas em serviços fora de residências tornou inevitável o reconhecimento das trabalhadoras no meio produtivo, bem como no movimento operário. Este trabalho propõe um estudo que trate da presença da trabalhadora sul-riograndense nos espaços criados pela legislação trabalhista implantada pelo governo de Getúlio Vargas entre 1930 e 1945. Além de buscar uma contextualização da participação da mão de obra feminina, pretende-se, através dos dados quantitativos da Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, traçar um perfil da trabalhadora gaúcha que buscava, através da Carteira de Trabalho, regulamentar-se no mercado de trabalho formal. Sem deixar de levar em conta o poder exercido por uma “ordem masculina” vigente, buscaremos observar os subterfúgios utilizados pelas mulheres enquanto trabalhadoras e suas estratégias diante da nova ordem que se impunha no mundo do trabalho, utilizando a seu favor uma legislação que, muito embora com o intuito de protegê-la, acabava vitimando-a e colocando entraves na sua entrada no mercado de trabalho formal.

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DOI: https://doi.org/10.15210/hr.v19i19.12476

DOI (PDF): https://doi.org/10.15210/hr.v19i19.12476.g7803


Publicação Semestral do Núcleo de Documentação Histórica da UFPel - Profa. Beatriz Loner
Programa de Pós-Graduação em História da UFPel
Instituto de Ciências Humanas
Universidade Federal de Pelotas