Arte e gênero: mentalidades e discursos manifestando-se na atuação de mulheres artistas na História da Arte Ocidental
Resumo
Este artigo propõe-se destacar o papel de duas artistas plásticas, uma de finais do século XV, Sofonisba Anguissola, e outra, de início do século XX, Hannah Höch, mulheres européias que, embora separadas por quase cinco séculos, sofreram algum ato discriminatório, em relação à sua formação, ou à qualidade de seu trabalho artístico, decorrente de mentalidades e de discursos sobre a mulher, que guardam alguma semelhança apesar da passagem do tempo. Nestes séculos mudaram as situações econômica, social e política e, consequentemente, mudaram também mentalidades e discursos. Porém, a maneira como essas duas artistas são tratadas pela historiografia da arte denota que os discursos sobre as mulheres ainda guardam algo em comum com aqueles que se irradiaram pelos séculos passados. Isso é visível na discriminação imposta por aqueles que constituíram a História da Arte, no século XIX, e também no século XX. A atuação e a obra dessas artistas não são jamais mencionadas, assim como acontece com a maioria das artistas que venceram inúmeras barreiras impostas à sua formação e atuação artística.