ARTE ERÓTICA, SEXUALIDADE E PODER
Resumo
A arte erótica e suas distintas proposições sempre permeou a vida social e privada de diferentes populações ao longo do tempo. Em 2017 tivemos o exemplo de como a arte – quando considerada erótica – pode provocar reações inesperadas, como o fechamento da exposição QueerMuseu. Nela, uma das obras mais citada foi “Cena de Interior II”, de Adriana Varejão, que, segundo o catálogo, apresenta um drama erótico versando sobre hábitos nem sempre discutidos fora de “quatro paredes”. Neste trabalho, através de olhares femininos, nos propomos a abordar temas relacionados ao erotismo e suas representações artísticas, discutindo sobre os silenciamentos históricos acerca do prazer feminino e do sexo lésbico, apoiadas principalmente no texto Uses of the Erotic: The Erotic as Power, de Audre Lorde (1984). As aparições na história da arte com relação aos órgãos sexuais são predominantemente masculinas, uma questão que consideramos pertinente discutir através da análise contextual de determinadas obras de arte de cunho erótico. Isso, para problematizar o fato do erotismo culturalmente ser naturalizado no mundo dos homens e apagado no das mulheres, uma situação que hoje é veementemente contestada, inclusive, nas redes sociais. A proposta integra a pesquisa do projeto “DO PINCEL AO PÍXEL: sobre as (re)apresentações de sujeitos/mundo em imagens”, desenvolvido no âmbito do PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq).