OLHARES FOTOGRÁFICOS SOBRE AS ALDEIAS DE TRÁS-OSMONTES – PORTUGAL: A DESCOBERTA DO “REINO MARAVILHOSO” PELAS LENTES DE GEORGES DUSSAUD

Flávia Demke Rossi, Mari Lucie da Silva Loreto

Resumo


No segundo semestre de 2014, através de um intercâmbio acadêmico, morei em uma região carinhosamente apelidada de “Reino Maravilhoso”. A região é Trás-os-Montes e se localiza no nordeste de Portugal. Como o nome sugere, é uma região montanhosa, cujo acesso foi dificultado durante séculos, o que propiciou uma grande riqueza cultural. Fato que despertou o olhar do fotógrafo francês Georges Dussaud, que na década de 1980, estava de passagem pela região. Sem demora, ele retornou a Trás-os-Montes com o interesse de fotografar a vida nas aldeias, essas pequenas comunidades da zona rural, cujo progresso ainda não havia afetado. A potência de seu trabalho se encontra no valor humano, na autenticidade das expressões e das ações cotidianas dos moradores, o que incluía os fazeres domésticos, as lidas no campo, as brincadeiras das crianças, etc. Dussaud explorou a luz e a sombra no interior das casas de pedra, para revelar a maneira simples e acolhedora de viver do povo transmontano. Tais características notei ao conhecer as aldeias e conversar com seus moradores durante o meu período de intercâmbio. Por isso, objetivo neste artigo atentar para os aspectos de similaridade, quanto aos registros sobre a experiência vivida por Dussaud, em relação a minha experiência no encontro com as pessoas e com a cultura ainda preservada nas aldeias. Considero importante o conhecimento sobre este fotógrafo e seu trabalho, por ele conceder importância a vida cotidiana dessas comunidades mais afastadas.

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