O ENIGMA DO GÊNIO: UMA ANÁLISE SOBRE A POESIA INGÊNUA E SENTIMENTAL
Resumo
Ao longo da história da humanidade, surgem determinados paradigmas, ora no mundo científico, ora no mundo poético. Como reação ao racionalismo iluminista, surge o Romantismo que, embora não tenha sido um movimento exclusivamente filosófico, mas também artístico e cultural, causou entusiasmo e adesão aos seus ideiais por parte de muitos intelectuais. Entre eles está Friedrich Schiller, que escreveu inúmeras obras, dentre elas a Poesia Ingênua e Sentimental. Nesta obra estética, o filósofo não só descreveu os caracteres da poesia antiga e moderna, mas também buscou analisar, minuciosamente, as formas de pensar, de sentir e de produzir o belo. De que forma, porém, se deu a relação entre esses gêneros poéticos, tendo em vista que ambos, por caminhos distintos, buscavam encontrar o mesmo lugar? O objetivo deste trabalho consiste em analisar a relação histórico-conceitual entre o ingênuo e o sentimental, sem perder de vista a figura do gênio, uma vez que, ao longo da história, o ambiente cultural influenciou fortemente a forma e o conteúdo da poesia. Assim, tanto a arte quanto o artista serão levados em consideração pelo poeta, pois nas suas obras foi possível perceber a construção da identidade do ser humano moderno influenciado pela cultura e, por consequência, na busca de um Ideal, já que “um poeta ou é, ou buscará a natureza”, como afirmou o amigo de Goethe.