A POÉTICA PLURAL E OXIMORÔNICA DA RESSEMANTIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA
Resumo
O presente artigo pretende analisar diversos exemplos de obras visuais e cênicas modernas e contemporâneas que apresentam comumente um objetivo de ressemantização da representação semiótica, marcadas por uma visão plural e oximorônica, ou seja, pela representação através de um aspecto múltiplo e por uma via negativa de reunião de dualidades paradoxais. Para o tanto, traça um histórico que perpassa primeiramente do advento do pensamento pluralista preconizado pelo filósofo e crítico de arte norte-americano Arthur Danto (1934-2013). Após, disserta como o pluralismo possibilitou a abertura da significação e os consequentes questionamentos da representação e identificação da ligação de pensamentos opostos, principalmente em obras da arte conceitual. Tal visão oximorônica é compartilhada também em relação ao mundo contemporâneo e pós-moderno como no pensamento complexo do filósofo e antropólogo francês Edgar Morin (1921-) e estruturalistas e pósestruturalistas dentro de campos como a filosofia e linguística no século XX. Desta forma, é examinado como o encenador polonês Tadeusz Kantor (1915-1990) reúne esta filosofia de forma prática em seu trabalho teatral. Por fim, conclui como como estas ressonâncias perduram e atingem uma representação emancipada, termo cunhado pelo professor e teórico francês Bernard Dort (1929-1994).