RETENÇÃO PLACENTÁRIA E RUPTURA UTERINA EM ÉGUA – RELATO DE CASO

Fernanda Carlini Cunha dos Santos, Lorena Soares Feijó, Fernanda Maria Pazinato, Lorena Alvariza Amaral, Charles Ferreira Martins, Carlos Eduardo Wayne Nogueira

Resumo


A retenção placentária está relacionada à quadros de inércia uterina, podendo acarretar alterações sistêmicas. A ruptura uterina provoca contaminação da cavidade abdominal, induz o desencadeamento de peritonite, agravando o quadro clínico e representando risco a vida do animal. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de retenção placentária e ruptura uterina em uma égua. Uma égua, obesa, cinco dias após apresentar parto distócico, foi atendida sendo observado ao exame clínico taquicardia, taquipnéia, congestão de mucosa, febre e retenção placentária. À ultrassonografia, o útero estava distendido, com espessamento de parede uterina, conteúdo anecóico e pontos hiperecogênicos no lúmen. O hemograma apresentava leucocitose, neutrofilia, linfopenia e presença de bastonetes. A paracentese abdominal foi improdutiva. Foi iniciado tratamento com flunixin meglumine 1,1 mg/kg, penicilina G potássica 20.000 UI/kg, gentamicina 6,6 mg/kg, oxitocina 20 UI, omeprazol 2 mg/kg, heparina 60 UI/kg, fluidoterapia e lavagem uterina. Após três dias de tratamento, o quadro clínico agravou-se e o animal evoluiu a óbito. Na necropsia foi visualizado intenso edema no subcutâneo da região abdominal, fígado com esteatose, úlceras gástricas, intensa deposição de fibrina na cavidade abdominal, ruptura uterina com segmento placentário em protrusão para cavidade abdominal, endométrio em necrose e presença de fragmentos placentários em autólise. A obesidade é sugerida como um fator de risco a ocorrência de distocia. A retenção placentária favoreceu a ocorrência de ruptura uterina, proporcionando o extravasamento do conteúdo uterino para a cavidade abdominal, sendo de difícil tratamento, evoluindo para óbito por peritonite e endotoxemia.


Texto completo:

PDF


DOI: https://doi.org/10.15210/sah.v2i1.2770