SEPTICEMIA NEONATAL EM CÃO CAUSADA POR Streptococcus canis
Resumo
A mortalidade neonatal de cães leva a perdas econômicas e afetivas. Na primeira semana de vida, os filhotes são mais suscetíveis a infecções porque não possuem sistema imunológico e microflora satisfatórios. A identificação da etiologia da morte fetal e neonatal depende do exame histopatológico e identificação de agentes infecciosos. O objetivo deste estudo foi relatar um caso de septicemia causada por Streptococcus canis em um neonato canino de quatro dias, enviado para exame de necropsia. O veterinário responsável relatou que o canino apresentava apatia, vocalizações e aumento do volume abdominal. Na necropsia, o canino apresentava persistência da veia umbilical, extensas áreas esbranquiçadas e friáveis no fígado, aumento do volume do estômago, contendo grande quantidade de gás no seu interior, e intestinos com presença de gases e avermelhamento do hemisfério cerebral direito. O exame histopatológico demonstrou extensas áreas multifocais de necrose hepática com inúmeras bactérias, por vezes presentes no interior de vasos sanguíneos (embolia bacteriana), além de encefalite discreta. Em amostras de tecido para cultura bacteriana, a bactéria S. canis foi isolada. O cuidado neonatal precoce é essencial para reduzir as perdas e combater as principais vulnerabilidades do neonato canino, que consiste em baixa termorregulação, risco de desidratação, hipoglicemia e imaturidade imunológica. Em vista de uma abordagem terapêutica correta para reduzir a mortalidade neonatal, o exame post mortem se torna uma ferramenta importante para identificar os possíveis agentes causadores, sejam eles virais, bacterianos ou outras patologias que vão além da tríade neonatal. O S. canis está associado a infecções esporádicas e oportunistas em cães.
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PDFDOI: https://doi.org/10.15210/sah.v9i1.17985