A razão ontológica da queda do diabo segundo Anselmo de Aosta

Lucas Mello Ness

Resumo


Dentre as grandes questões que assolavam o pensamento filosófico medieval encontra-se aquele que diz respeito à origem do mal. Um Deus que é sumo bem não poderia ser o responsável pelo mal e pelo pecado. O presente artigo visa analisar em que medida Anselmo de Aosta, na sua obra De casu diaboli, traz aspectos concernentes ao débito ontológico como fundamento também do mal, dentro da perspectiva de que a incapacidade da criatura em compreender a extensão e complexidade de seu criador gera nela pretensões de sê-lo. Não se trata tão somente de destacar o que está escrito na obra referenciada, está-se diante do desafio de compreender os demais conceitos ali existentes; compreender quais conhecimentos estavam já enraizados no pensamento do autor quando de tão complexa e profunda reflexão. De posse de tais conceitos, cumpre, pois, extrair conclusões sobre as quais o próprio Anselmo deixa de debruçar-se pela utilização do “argumento de fé” ou incompreensão; incorrer na audácia de compreender em completitude os desígnios do Senhor seria trilhar os mesmos caminhos que conduziram ao objeto do estudo, ou seja, seria considerar-se apto a conhecer as verdades divinas e negar a diferença basilar entre “criador e criatura”.

Texto completo:

PDF


Direitos autorais 2017 Seara Filosófica

O conteúdo de cada artigo, resenha e/ou tradução é de inteira responsabilidade do seu respectivo autor, ao qual, unicamente, será devida toda e qualquer sanção legal em caso de violação dos direitos humanos e/ou autorais.


REVISTA INDEXADA