Fanzine e socioeducação: Um resgate de subjetividade para adolescentes confinadas
Resumo
RESUMO
A vivência em estabelecimentos fechados leva à mortificação do sujeito, dada a perda da autonomia, a degradação etc. A partir dessa realidade, as autoras realizaram atividade de extensão em unidade de internação de adolescentes do sexo feminino, em Recife, no ano de 2014-2015 que visava trabalhar a subjetividade das mesmas. A proposta foi realizar vivências com temas como amor, beleza, amizade, futuro... para em seguida confeccionar Fanzines. A atividade grupal, com manejo de corte e colagem, a confiança entre os “do mundão” e as internas e a saída da unidade para expor e vender o trabalho em atividade específica de aproximação da Universidade com a comunidade – SIUCS – atingiu o objetivo de “empoderá-las” e “sair mentalmente” da casa de internação, pois afinal são meninas, e o Estado negligencia essa realidade. O que as adolescentes, no ócio em vivem, na profanação de suas crenças e de seu próprio eu, a que são sujeitadas, apenas desejavam era estojo de maquiagem, bonecas, motos... desejavam, sobretudo brincar. O projeto Fanzine foi uma pequena possibilidade de fazer com que as adolescentes pensassem não só na dicotomia prisão x “mundão”, mas também no que elas desejam, nas pessoas que são, nos sonhos que vivem latentes em seu interior e no futuro que têm pela frente.
PALAVRAS-CHAVE
Medida socioeducativa de internação; Mortificação; Extensão universitária; Empoderamento juvenil.
ABSTRACT
Life in prison transforms subjectivities, leading them to mortification, due to lack of autonomy, degration etc. From this reality, the authors performed an university extension program in a female juvenile detention facility in Recife in 2014-2015 which aimed to work their subjectivity. The proposal was to make experiences with themes such as love, beaty, friendship, future... to, after on, make original fanzines. The group activity, with cutting and gluing handling, the confidence between inmates and people from “the world” and the exit of the detention facility to expose and to sell the work in specific activity of approach between the University and the community - SIUCS - reached the objective of "empower them" and "mentally leave" the detention facility, because after all they are girls, and the State neglects this reality. What adolescents, in idleness in life, in the profanation of their beliefs and of their own self, to which they are subjected, only wished for was a makeup kit, dolls, motorcycles... they wanted, especially, to play. The Fanzine project was a small possibility of making teenagers reflect not only about the prison x worldview dichotomy, but also about what they want, about the person they are, about the dreams that lie dormant in their interior and about the future that lies ahead.
KEYWORDS
Juvenile detention facility; Mortification; University extension program; Juvenile empowerment.
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