A ECOLOGIA DE ASSENTAMENTOS, INTERAÇÕES SOCIAIS AMERÍNDIAS E O CONTEXTO GEOGRÁFICO DOS MUIRAQUITÃS NO BAIXO AMAZONAS.

Anderson Márcio Amaral

Resumo


Este artigo aborda a importância da paisagem e as correlações entre ecologia de assentamentos humanos e a construção do tecido social entre sociedades ameríndias no período pré-colonial e colonial no baixo Amazonas, precocemente fomentadas pelas redes de troca. Nas crônicas ibéricas sobre o Rio das Amazonas dos séculos XVI e XVII, são mencionados aspectos relacionados à paisagem cultural de Santarém, tida como o centro político dos Tapajós, em uma extensa área entre os municípios de Juruti e Prainha. Microrregiões do oeste paraense, que estavam politicamente integradas por sistemas de chefias regionais, foram nomeadas de província de São João por Gaspar de Carvajal. Trata-se da mesma área das províncias arqueológicas de Santarém-Nhamundá-Trombetas, historicamente vinculadas como centros de produção e circulação de objetos de pedras verdes conhecidos como muiraquitãs. A relativa abundância de informações históricas relacionadas à ecologia de assentamentos, produção de bens de prestígio e interações sociais complexas intra e extra área Santarém esbarrava na ausência de base de dados arqueológicos que pudesse dar sustentação às crônicas.  Essa problemática vem sendo contornada nas últimas duas décadas com a publicação de dados de pesquisa na região do Baixo Amazonas e, mais recentemente, na costa oriental amazônica, corroborando informações históricas e fornecendo os aportes necessários à elaboração perguntas e respostas, relacionadas à ecologia de assentamentos na área Santarém e interações sociais de longa distância na antiga Amazônia.

 

Abstract: This article discusses the importance of landscape and the correlations between the ecology of human settlements and the construction of the social tessitura between Amerindian societies in the pre-colonial and colonial times in the lower Amazonas, precocious fomented by the exchange networks. In the Iberian chronicles on the River of the Amazons of the sixteenth and seventeenth centuries, aspects related to the cultural landscape of Santarém, considered as the political center of the Tapajós Indians, and of an extensive area between the municipalities of Juruti and Prainha, microregions of western Paraense, that were politically integrated, by systems of regional heads, being named of province of São João by Gaspar Carvajal. It is the same area of the archaeological provinces of Santarem-Nhamundá-Trombetas, historically linked as centers of production and circulation of objects of green stones known as muiraquitãs. The relative abundance of historical information related to settling ecology, production of prestige goods and complex social interactions in and out of the Santarém area, ran up against the absence of an archaeological database that could sustain the chronicles. This problem has been overcome in the last two decades with the publication of research data in the Amazon region and more recently on the eastern Amazon coast, corroborating historical information and providing the necessary inputs in the elaboration of questions and answers related to the ecology of settlements in the area Santarém and long-distance social interactions in the ancient Amazon.

 


Palavras-chave


Santarém, muiraquitãs, rio Tapajós.

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DOI: https://doi.org/10.15210/lepaarq.v15i30.13816

 
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