HUSSERL: A CRISE DAS CIÊNCIAS E O ESQUECIMENTO DO LEBENSWELT

Rogério Miranda de Almeida, Irineu Letenski

Resumo


O principal objetivo deste artigo é analisar a crise das ciências, especialmente das ciências modernas, na sua relação essencial com o esquecimento do Lebenswelt husserliano. Esta problemática, que Husserl colocou no foco de suas preocupações posteriores à questão dos fundamentos e dos métodos das ciências, se originou a partir de duas conferências que ele proferira em Viena e em Praga em 1935. Destas conferências resultou o livro, publicado postumamente em 1954, sob o título: A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. Foi, pois, neste contexto que o filósofo chamou a atenção para o fato de que as ciências modernas haviam perdido o significado para a humanidade em virtude de se terem elas distanciado do seu Lebenswelt, isto é, do “mundo da vida”, que é o solo primordial, originário, de onde elas nasceram e que elas abandonaram em favor de um saber científico pretensamente objetivo, positivo, factual. Lembramos também que o conceito de Lebenswelt deu margem a uma multiplicidade de interpretações em virtude da impossibilidade mesma de significá-lo de maneira definitiva.


Palavras-chave


Lebenswelt; ciências; esquecimento; subjetividade; objetividade.

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